As novas regras de financiamento divulgadas na última segunda-feira, 3 de outubro, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social foram elogiadas pela Associação Brasileira de Energia Solar e Fotovoltaica. A fonte vai ter até 80%. O presidente executivo da associação, Rodrigo Sauaia, considerou o movimento positivo, uma vez que ele ajuda a recuperar a confiança dos investidores e empreendedores nacionais. “Demonstra que o compromisso do banco não é só na fala e sim nas ações. A fonte está entrando na agenda do governo brasileiro”, afirma.
Segundo Sauaia, o aumento do percentual de financiamento para a fonte solar veio não só pelas suas externalidades, mas também por outros fatores, como o compromisso de metas do acordo de Paris e o fato dela ainda estar em processo de inserção na matriz energética brasileira. A instalação da cadeia industrial solar no país também foi lembrada pelo executivo como um dos motivos que levaram o banco a apostar mais na fonte. “A fonte tem os benefícios da geração, mas tem os socioeconômicos, são gerados de 25 a 30 empregos por MW solar”, explica.
A competitividade dos projetos solares para o leilão de reserva que será realizado ainda este ano vai depender de temas como o preço-teto que vai ser estipulado para o certame, do volume de energia que vai ser contratado e do crescimento da cadeia industrial. De acordo com Sauaia, as definições sobre esses pontos alavancariam a indústria solar, possibilitando que ela oferecesse produtos nacionais a preços competitivos.
Mas se as fontes alternativas comemoraram, os projetos hidrelétricos viram um recuo para 50% no percentual de financiamento. Para Flavio Neiva, presidente da Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica, não havia a necessidade de se reduzir o financiamento para a fonte, uma vez que ela já sofre uma série de restrições no âmbito social, ambiental e eletrogeográfico. Elogiando a disposição do governo em financiar as fontes alternativas, Neiva ressaltou que as hidrelétricas é quem de fato viabilizam essas fontes não convencionais, já que elas representam energia firme enquanto as outras são intermitentes. “Vimos que a hidrelétrica foi prejudicada, porque ela há sofre várias restrições”, avisa. A associação deve se reunir com seus associados para debater o assunto.