A Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) voltou a negociar os papéis da Eletrobras nesta quinta-feira, 13 de outubro, após o arquivamento dos formulários 20-F de 2014 e de 2015, informou o diretor financeiro da companhia, Armando Casado, em comunicado enviado ao mercado.  "A Bolsa de Valores de Nova York confirmou que nossos ADS (American Depositary Share) voltarão a ser negociados junto aquela Bolsa de Valores a partir da sua abertura em 13 de outubro de 2016. Além disso, a NYSE confirmou que o processo de deslistagem da companhia foi cancelado."
 
Às 11:00 horas, as ações preferências da Eletrobras estavam operando em alta de 0,16%, a R$ 24,97, enquanto as ações ordinárias eram cotadas a R$ 20,87, alta de 0,32%. Naquele momento, o índice Ibovespa operada em baixa de 1,22%, a 60.276.83 pontos.
 
O arquivamento dos formulários é uma espécie de prestação de contas da Eletrobras sobre o desempenho financeiro e operacional da companhia nos anos de 2014 e 2015. Devido a investigações envolvendo supostos casos de corrupção em contratos firmados pela Eletrobras, a empresa atrasou a entrega dos documentos à NYSE enquanto aguardava o aval dos auditores independentes. Deste então, a negociação dos papéis da Eletrobras em Nova York estava suspensa por conta desse atraso e um processo para deslistagem das ações estava em andamento. 
 
A Eletrobras informou que o relatório final da investigação independente apontou perdas financeiras por conta de pagamento de propinas.  "A maior parte dos pagamentos supostamente indevidos foi feita pelos empreiteiros e fornecedores e por intermediários (…)".
 
Com os achados da investigação, a empresa vai realizar uma baixa contábil de R$ 302,586 milhões nos anos de 2014 e 2015, sendo o maior impacto no primeiro ano de R$ 286,590 milhões. Os maiores prejuízos são relacionados as obras das usinas de Angra 3 e Mauá 3. A empresa reconheceu ainda uma perda de R$ 91,464 milhões nos seus resultados de 2014 por meio do método de equivalência patrimonial.  As demonstrações refletem despesas com custos de R$ 195,127 milhões, em 2014, e R$ 15,996 milhões, em 2015.
 
As perdas da Eletrobras são relativizadas pela reversão de impairment de R$ 143,957 milhões, dos quais R$ 132,443 milhões relativos a 2015. Esses ajustes serão reconhecidos no Brasil no resultado do terceiro trimestre de 2016 e no do exercício anual. Eventos subsequentes ajudaram a revisar os prejuízos divulgados pela empresa em 2014 e 2015.