A Assembleia Geral de acionistas da Eletrobras aprovou por maioria a venda do controle acionário da Celg Distribuição, em leilão previsto para o final de novembro na BM&F Bovespa. O edital  com as regras da licitação deve ser publicado até o fim deste mês, para que seja cumprido o prazo mínimo de 30 dias até a realização do certame. A AGE que ratificou o processo de venda da estatal aconteceu nesta segunda-feira, 24 de outubro, em Brasília.

O preço mínimo estabelecido para a distribuidora é da ordem R$ 1,8 bilhão. Calculado inicialmente em R$ 2,8 bilhões, o valor foi revisto pelo conselho do Programa de Parcerias em Investimentos, a partir de atualizações nas avaliações econômico-financeiras da Celg D, elaboradas pelas consultorias Ernst & Young e Accenture. As avaliações utilizaram o critério do Valor Presente Líquido e as demonstrações financeiras da Celg D em 30 de junho de 2016. Elas incorporaram o atual cenário macroeconômico, os resultados da empresa e do segmento de distribuição entre junho de 2015 e junho desse ano, além de pesquisa de mercado com possíveis interessados na compra do controle da empresa.

Com as novas condições de venda da Celg, a expectativa da direção da Eletrobras é de que o sucesso da privatização da empresa influencie o processo das distribuidoras do grupo no Norte e no Nordeste, que não renovaram as concessões. “Acredito que a venda da Celg é um importante passo para a Eletrobras no caminho da transferência do controle acionário das demais distribuidoras, ate 31 de dezembro de 2017”, afirmou o diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Armando Casado, à Agência CanalEnergia. Se tudo ocorrer como o previsto, o resultado do leilão será homologado em dezembro.

O certame marcado para o mês que vem será a segunda tentativa do governo de privatizar a distribuidora, que tem como sócios a Eletrobras, com 51%, e o governo de Goiás, com 49%. O leilão da Celg estava previsto inicialmente para 19 de agosto, mas foi adiado por falta de propostas. Naquele momento, o mercado via o preço mínimo como um dos obstáculos à transferência de controle da estatal para um novo concessionário.

O virtual vencedor do leilão no mês que vem vai assumir uma divida em torno de R$ 2,5 bilhões. Uma das soluções para atrair interessados na disputa pela empresa é o chamado crédito outorgado, que permite ao futuro controlador o abatimento de eventuais passivos do estado de Goiás do ICMS a ser pago pela empresa. O projeto de lei que trata do assunto está em tramitação na Assembleia Legislativa do estado, informou o presidente da Celg D, Sinval Zaidan.