O Operador Nacional do Sistema Elétrico espera até o fim do ano adotar uma nova metodologia para as previsões dos ventos do dia seguinte. Essa metodologia está sendo desenvolvida por uma consultoria. De acordo com o diretor-geral do ONS, Luiz Eduardo Barata, esse aprimoramento da previsão vai permitir que a margem de erro de 90% das previsões caia dos atuais 30% para 20%, ficando em média com o que é praticado em nível internacional. "Com isso, podemos ficar com menos folga de reserva. Se diminuir o erro por previsão, não precisa ter tanta reserva", afirmou ele, que participou de seminário promovido pela Vestas nesta quinta-feira, 27 de outubro, na sede da Empresa de Pesquisa Energética, no Rio de Janeiro (RJ).

Ainda de acordo com Barata, essa metodologia possivelmente vai trazer outros benefícios ao sistema, como a otimização do despacho térmico no Nordeste, já que junto da exportação de energia e geração na bacia do São Francisco, é uma das formas de compensar a intermitência eólica. "Se trabalhar de forma orquestrada, pode reduzir a variação na geração térmica", avisa.

Com a fonte consolidada no país, a sua operação agora também passa a exigir informações dos agentes sobre os controles de potência ativa e reativa. Como os primeiros geradores não tinham essa capacidade, isso não era exigido. Mas com a evolução tecnológica verificada nos últimos anos, há a possibilidade de eles atenderem esse tipo de requisitos feitos pelo operador.

A dificuldade enfrentada pela Bolognesi em viabilizar a UTE Novo Tempo (PE – 1.238 MW) não assusta o diretor-geral do ONS quanto a operação na região Nordeste. A entrada em operação da usina já foi retirada do planejamento. Segundo ele, apesar de ser positivo para o desejo do operador de ter energia firme na região, a falta da usina não deverá causar problemas.