Com a licitação de 21 dos 24 lotes colocados no certame de transmissão realizado nesta sexta-feira, 28 de outubro, o governo federal considera que conseguiu romper com uma dificuldade que vinha atormentando o segmento: a falta de interesse nessa modalidade de projetos. Segundo dados apresentados pela Agência Nacional de Energia Elétrica, houve o aporte de 10 garantias financeiras para o leilão, 10 lotes com mais de cinco participantes e a efetivação da concessão de 92% dos lotes colocados na disputa, um investimento de R$ 11,5 bilhões do total de R$ 12,6 bilhões previstos inicialmente.
Na avaliação do diretor José Jurhosa Júnior, esses números demonstraram que houve a competição esperada. E que o resultado é promissor ainda mais se comparar com a situação do país que ainda não apresenta uma retomada da economia. “Esse resultado mostrou a confiança dos agentes de transmissão, um setor aquecido e com bastante empreendimentos em construção”, comentou.
Para o ano que vem a previsão é de que o governo promova até três disputas, incluindo a provável relicitação dos ativos da Abengoa. Ainda não há datas específicas ou lotes, mas a previsão é de que o primeiro possa ocorrer já no primeiro trimestre do próximo ano.
Para o secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Fábio Lopes Alves, esse leilão foi importante para superar alguns estrangulamentos que existem para o segmento de transmissão. Ele citou o problemas com a espanhola Abengoa que ainda não estão equacionados. “Com relação ao leilão de hoje em si existe uma coisa importante que é a confiança no investimento e não é somente a questão financeira, é política e regulatória. Se não se sente essas questões provavelmente o investimento não vem. Como num passado recente, onde a margem ofertada era parecida. Isso reflete o novo período onde o empreendedor tem a expectativa de que as coisas irão caminhar”, comemorou.
Segundo o secretário adjunto de Planejamento e Desenvolvimento Energético, Moacir Carlos Bertol, o resultado visto no leilão deixou claro que houve sucesso e que a expectativa do MME é de repetir esse resultado nas próximas oportunidades. Ele comentou ainda que poderão ser implementadas melhorias no processo para os leilões de 2017. Segundo ele, é uma série de ações que estão sendo tomadas entre o próprio ministério a EPE e a Aneel para que o resultado seja o mesmo. Questionado sobre quais mudanças seriam essas, ele apenas disse que são os aprimoramentos naturalmente feitos pelos órgãos e que, no momento, não há nada específico no radar, que são alterações em sistemáticas da disputa que estão permanentemente em avaliação.