O consumo de energia no país em setembro chegou a 38.259 GWh, crescendo 1,4% na comparação com mesmo mês de 2015, de acordo com dados da Resenha Mensal de Consumo de Energia, divulgados pela empresa de Pesquisa Energética nesta segunda-feira, 31 de outubro. No segmento residencial, houve crescimento de 4,6%, chegando a 10.898 GWh. De acordo com a EPE, apesar dos indicadores setoriais mostrarem que famílias e empresas estão menos pessimistas com a atual conjuntura econômica, ainda não foi detectada na demanda por bens e serviços o reflexo da expectativa.
No terceiro trimestre do ano, o consumo nacional cresceu 0,6%, alcançando a marca de 12.838 GWh. Esse é o segundo trimestre consecutivo com crescimento na demanda de energia. A classe residencial, com 3% foi a única que apresentou aumento nesse período, já que a industrial teve recuo de 0,4% e a comercial, queda de 2,1%.
O retrato do mês mostra que as famílias estão adotando comportamento cauteloso, o que acaba por levar a uma redução na compra de eletrodomésticos e deixar o crescimento do consumo baseado principalmente no uso do estoque já existente e na expansão da rede, que cresceu 2,5% em relação a setembro de 2015, patamar próximo ao do ano passado. Até setembro, o consumo na classe chegou a 97.710 GWh, 1,8% a mais que no mesmo período de 2015. No segmento comercial, que registrou consumo de 7.063 GWh, houve recuo de 1%, também impactado pela baixa atividade econômica, com o fechamento de estabelecimentos em taxas superiores às do ano passado. Em nove meses, o consumo nesse segmento recuou 1,6%, ficando em 67.233 GWh.
O consumo de 13.942 GWh no mês na classe industrial mostra que ele se manteve no mesmo patamar de setembro do ano passado. Embora a estabilidade exista, não há avanço no consumo. Os indicadores industriais de setembro reforçam que uma possível recuperação da indústria será demorada e sujeita a sobressaltos. Dentre os 10 segmentos industriais maiores consumidores de eletricidade, a metalurgia foi o que mais se destacou, em função do aumento sucessivo na produção de alumínio primário e dos avanços na produção de aço bruto e de laminados planos e longos. Até setembro, o consumo industrial chegou a 122.895 GWh, índice 3,7% menor que o do mesmo período do ano passado.