Olá, esse é um conteúdo exclusivo destinado aos nossos assinantes
Cadastre-se GRATUITAMENTE ou faça seu LOGIN e tenha acesso:
Até 5 conteúdos
fechados por mês
Ficar por dentro dos cursos e
eventos do CanalEnergia
Receber nossas newsletters e
mantenha-se informado
sobre o setor de energia.
Notícias abertas CanalEnergia
ou
Já sou cadastrado,
A multinacional norte-americana General Electric (GE) tem planos para participar, em breve, como investidora em projetos de geração e transmissão no Brasil, disse Emanuel Bertolini, diretor-geral de Grid Solutions para América Latina, em entrevista à Agência CanalEnergia nesta segunda-feira, 31 de outubro, em São Paulo. A corporação, que já participa como investidora direta em projetos de geração na Argentina e no Chile, passa também a avaliar mercados como Brasil, México, Cuba e Venezuela. No caso do Brasil, explicou o executivo, a entrada no negócio transmissão ainda exige cautela em razão do elevado custo de capital. 

A empresa vai esperar ter mais clareza sobre as condições no Brasil para, quem sabe, já participar dos leilões a partir do segundo semestre de 2017. “Outra coisa que queria mencionar é que estamos participando ativamente como investidor, no sentido de desenvolver projetos. Temos uma divisão que está muito interessada na participação de certos tipos de projetos”, disse o executivo.

Desde agosto 2015, Bertolini é o General Manager para América Latina da Grid Solutions, uma joint venture entre a GE e a Alstom, que equipa 90% das concessionárias de energia em todo o mundo, com participação em mais de 80 países. A América Latina representa 10% do faturamento da Grid Solutions.
No Brasil, as três fábricas da GE para soluções no grid ficam em Itajubá, em Minas Gerais, em Florianópolis, em Santa Cantarina, e em Canoas, no Rio Grande do Sul, onde são produzidos e testados reatores, transformadores convencionais e equipamentos para ultra alta tensão (HVDC).  Atualmente as fábricas estão trabalhando com 80% da capacidade, muito em razão das exportações para projetos desenvolvidos por países vizinhos ao Brasil.

“Temos capacidade para produzir 80 mil MVA ano no Brasil, mas a demanda [interna] de mercado está entre 30/40 mil MVA”, disse o executivo, que aposta em uma recuperação gradual do mercado brasileiro nos próximos anos, tanto por conta da instalação de nova capacidade instalada quanto pela modernização da infraestrutura existente.
A projeção da GE para América Latina é de um crescimento médio no consumo de energia de 3,5% entre 2014 e 2020. Para o atendimento desse crescimento, será necessário instalar 62.800 km de linhas de transmissão, elevando a capacidade de transformação da América Latina de 654.000 MVA (2014) para 804.600 MW até 2020.

Segundo Bertolini, hoje a GE busca investir em países com dificuldade de captar recursos. “Quando a GE participa de uma transação, mesmo para os bancos, é uma garantia, porque há uma reputação, uma força financeira. Isso ajuda o cliente final no desenvolvimento do projeto, dá credibilidade. Estamos avaliando e continuaremos a avaliar essas opções, porque nós vamos ajudar muito esses países.”

Leilão – Bertolini reconhece que o humor do mercado de energia melhorou nos últimos meses. Prova disso foi o sucesso do leilão de transmissão realizado na última sexta-feira, 28 de outubro, onde 21 dos 24 lotes foram arrematados, gerando uma expectativa de investimento da ordem de R$ 11,6 bilhões para os próximos cinco anos no Brasil. 

Para ele, o reajuste de 13% nas receitas dos projetos e a credibilidade do novo governo foram determinantes para a recuperação da confiança do mercado, mesmo sem a participação da Eletrobras. Segundo o executivo, diferente do leilão de abril, houve uma movimentação muito intensa nos bastidores entre investidores e fornecedores. A empresa espera anunciar, em breve, os primeiros acordos para o fornecimento de equipamentos para os projetos vencedores desse leilão. 

O executivo também pediu uma maior participação do governo nos processos de licenciamento ambiental. Hoje a demora nas licenças é uma das causas principais dos atrasos nas obras, o que compromete o retorno dos investimentos em transmissão. “A realidade é que o governo deveria tomar certa participação no licenciamento dos projetos… O governo tem mais capacidade de articulação com os órgãos envolvidos.”