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Já está em operação a primeira cooperativa de microgeração de energia renovável no país. Com capacidade de geração de 75 KWp, ela fica localizada na cidade de Paragominas, no Pará e consumiu investimentos de R$ 600 mil. A viabilização da Cooperativa Brasileira de Energia Renovável foi possível graças a um aprimoramento na resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica que trata do tema. De acordo com Marco Morato, analista da gerência técnica da Organização das Cooperativas Brasileiras, a Coober é formada por 23 cooperados. “Em agosto desse ano a usina começou a funcionar. A expectativa é de uma redução de 80% na tarifa”, afirma.

A intenção de criar a Coober veio da OCB, que participou com contribuições do processo de consulta para o aprimoramento da regulação sobre geração distribuída. A formação de cooperativas não estava prevista. “Mostramos [que uma cooperativa] era uma alternativa viável de GD no país”, avisa. Formada na sua maioria por profissionais liberais, como dentistas, engenheiros eletricistas, agrônomos e advogados, eles possuem uma faixa similar de consumo de energia, o que colaborou para a entrada deles na Coober. “Alguns cooperados moram em apartamentos ou casas alugadas. Como iam fazer GD? O cooperativismo veio como alternativa para esse indivíduo, veio para facilitar a inserção desse público para a geração distribuída”, observa.

A usina solar fica em um terreno no distrito industrial de Paragominas, que foi doado pela prefeitura. Morato conta que após esse começo de operação, já há planos para que a cooperativa seja replicada em estados como São Paulo, Goiás, Distrito Federal e Minas Gerais, além de outros. A OCB deu todo o apoio necessário para a formalização da cooperativa, que também contou com o auxílio da DGRV, a organização das cooperativas alemãs. “Nosso desafio é massificar isso”, aponta Morato.

A tarifa de energia do estado do Pará é considerada um dos maiores do país. Mas isso não é considerado pelo analista da OCB como o principal indutor do projeto da Coober. O foco era o desenvolvimento sustentável, a segurança energética e a criação de uma cadeia de suprimentos local. Além de estimular a criação de mais cooperativas como a Coober, a intenção da OCB é também fazer com que as cooperativas já constituídas nos diversos ramos, como produção, agropecuário, habitação e consumo também gerem a sua própria energia por meio da geração distribuída. Elas já teriam a vantagem de por já se encontrarem estabelecidas, possuírem lastro financeira para o capital inicial da cooperativa.

O analista coloca como desafio para projetos como o da Coober o financiamento dos equipamentos e da instalação, que também tem sido um entrave para todos os que querem se aventurar pela microgeração de energia. Segundo ele, a dificuldade e os entraves para obter acesso a uma linha de crédito fez com que se adotasse como solução a compra do equipamento à vista. Cada cooperado fez um financiamento por meio de uma cooperativa de crédito.