A AES Eletropaulo apresentou prejuízo de R$ 32,5 milhões no terceiro trimestre de 2016. O resultado é cinco vezes maior do que as perdas de R$ 5,4 milhões do mesmo período do ano passado. No acumulado de 2016 o resultado ainda se mantém no campo positivo, com R$ 1,5 milhão ante os R$ 90,1 milhões do ano anterior. O resultado ebitda (antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado pela Fundação Cesp e o que foi classificado com o ativo possivelmente inexistente ficou em R$ 232 milhões ao final de setembro, queda de 20,9% ante mesmo mês de 2015 e no ano esse indicador é de R$ 677,1 milhões, recuo de 31,7%.

A receita líquida também apresentou queda nas duas bases de comparação. No trimestre encerrado em setembro ficou em R$ 2,919 bilhões, queda de 18,1% e no ano soma R$ 8,6 bilhões, redução de 15,8%. As despesas operacionais da empresa, por sua vez, acompanharam esse indicador da receita e caminharam no mesmo sentido, com quedas de 18,6% e 16,2%, no trimestre e no ano.
No sentido contrário estão os investimentos da empresa que aumentaram 47,9% na comparação trimestral, para R$ 187,8 milhões. No ano somam R$ 506 milhões, aumento de 31,3% de janeiro a setembro. Mesmo assim a dívida líquida da Eletropaulo recuou, fechou o mês de setembro em R$ 3,686 bilhões, um volume 13,6% abaixo do mesmo mês de 2015. O indicador de alavancagem da empresa medido pela divida líquida sobre o resultado ebitda ajustado está em 2,94 vezes ante as 3,43 vezes do final do terceiro trimestre de 2015.
A distribuidora afirmou em seu release de resultados, divulgado na noite da última quinta-feira, 3 de novembro, que o resultado ainda reflete os desafios que o país vem enfrentando desde 2015. E a projeção é de que o mercado total da empresa este ano fique menor que o ano passado, mas, o ritmo de queda está menor. A nova indicação é de retração de 2,8% a 3% ante uma previsão anterior de 3,1% a 3,4%.
Após o uso dos mecanismos de sobrecontratação das distribuidoras como o MCSD, a distribuidora estima que o excesso de contratos está em 111,6%. E ressalta como no trimestre passado que a companhia possui um parecer técnico que indica que essa sobrecontratação é involuntária e que deverá ser reconhecida como um ativo financeiro setorial líquido, o que asseguraria o seu direito a equilíbrio econômico-financeiro da concessão.
O mercado total da empresa caiu 1% na base de comparação trimestral enquanto que no ano esse indicador é 2,4% menor com o consumo de 10.606 GWh e 32.327 GWh, respectivamente. A demanda residencial foi a única a apresentar crescimento no trimestre com volume 2,3% mais elevado que no mesmo período do ano passado, movimento esse atribuído ao maior número de dias frios. Já a classe comercial teve uma demanda 5,8% menor e a industrial 13% abaixo do que foi reportado no terceiro trimestre de 2015. O mercado cativo trimestral recuou 2,9% já o volume de clientes livres apresentou elevação da demanda em 7,5%. No ano esses indicadores estão todos negativos, sendo 0,2% para o residencial, 3,2% no comercial, 11,6% no industrial levando o ACR da distribuidora a queda no ano de 2,9%. O mercado livre para a empresa está 0,6% abaixo do de 2015.
As perdas totais da AES Eletropaulo somaram 9,66% no trimestre, aumento de 0,46 ponto porcentual quando comparado a 2015. O FEC apresentou elevação de 22% para 7,02 vezes e o DEC por sua vez reduziu 6%, para 19,13 horas nesse mesmo período no acumulado de 12 meses.