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A melhoria na performance do mercado total da AES Eletropaulo (SP) associada à adoção de medidas que reduziram contratos com geradoras levou a uma reavaliação do nível de sobrecontratação da distribuidora que caiu de 114% para 111,6%. E para 2017 a companhia estima que o nível de acordos está em um patamar de 113% ante os 105% de máximo regulatório que pode ser repassado à tarifa. Com a revisão desse ano a perspectiva de impacto financeiro neste ano passou da faixa de R$ 60 milhões a R$ 165 milhões para um valor que deverá se situar entre R$ 30 milhões e R$ 110 milhões.

De acordo com o presidente do grupo AES Brasil, Julian Nebreda, desde que foram implementados os mecanismos para a mitigação desse excesso de contratos a distribuidora já fechou três acordos com projetos que estavam atrasados.
“Com isso conseguimos reduzir em 0,7 ponto porcentual a sobrecontratação de 2016. Ainda avaliamos novas oportunidades junto a geradoras”, afirmou ele em teleconferência com analistas e investidores sobre os resultados da empresa no terceiro trimestre deste ano. “Já no leilão de MCSD pela CCEE reduzimos outro 1,6 p.p. de nossa sobrecontratação. E acreditamos que nossa posição acima de 105% é devido à declaração compulsória do A-1 e dos clientes que migraram ao ACL. No nosso entender são volumes considerados como exposição involuntária e, portanto, passível de serem consideradas para o reajuste tarifário”, apontou.
Na avaliação sobre 2017, cuja indicação da concessionária é de estar com 113%, o impacto financeiro ainda dependerá da variação dos preços da energia para o ano que vem e ainda de como se comportará o mercado de energia. Para chegar ao indicador estimado a premissa é de um crescimento de mercado situado na faixa de 0,8% a 1,2%.  Nebreda garantiu ainda que a empresa continua a procurar alternativa par mitigar a sobrecontratação do ano que vem.
Outro desafio que a companhia tem enfrentado é a questão dos indicadores de qualidade que depois de uma reavaliação foram recalculados e ficaram acima dos níveis estabelecidos pela Aneel. O nível de DEC da empresa para 2016 determinado pela agência regulatória é de 8,01 horas, mas o indicador de 12 meses encerrados em setembro está em 19,13 horas. Já no FEC esse nível regulatório é de 5,91 vezes enquanto o apurado pela distribuidora fechou o trimestre em 7,02 vezes. As perdas no final do último trimestre ultrapassaram a meta de 9,4% nos últimos 12 meses e fechou em 9,7%.
Na avaliação do CEO da distribuidora, Charles Lenzi, a empresa está focada na melhoria dos indicadores e os investimentos estão mais elevados para atender a redução. Esses aportes, explicou ele, têm como meta promover uma resposta mais rápida e ágil às ocorrências. Nesse sentido, a automação ganha cada vez mais importância. Por esse motivo, a empresa ainda deverá apresentar aumentos de custos que serão compensados com a melhoria dos indicadores de qualidade e, consequentemente, redução de multas, maior produtividade e tornando a empresa mais eficiente. Apesar desses investimentos, cujo programa até 2020 deverá apresentar valores de até R$ 2,8 bilhões, não há uma previsão específica sobre quando a distribuidora poderá novamente apresentar indicadores dentro da meta estabelecida pela Aneel.