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A Neoenergia descartou entrar na disputa pela concessionária goiana Celg, apesar da companhia e de sua controladora Iberdrola terem participado de uma reunião no final de setembro com outros potências interessados no ativo posto a venda pela a Eletrobras. “Não olhei o preço da Celg. A gente não está olhando Celg”, afirmou a presidente da Neonergia, Solange Ribeiro, ao ser questionada se o novo valor do negócio estava mais adequado à realidade do mercado.
Em entrevista exclusiva à Agência CanalEnergia, realizada em Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco, na última sexta-feira, 4 de novembro, a executiva explicou que a companhia está focada em executar um robusto plano de investimentos em distribuição, bem como em concluir os projetos de geração que estão sendo tocados, como as hidrelétricas Baixo Iguaçu (PR-350 MW) e Belo Monte (PA-11.233 MW). “Ambição de crescimento a gente sempre vai ter, mas agora estamos focados em acabar esses projetos. Estamos com um programa muito grande de investimento na distribuição… A gente está investindo este ano R$ 3,6 bilhões entre a finalização da geração e distribuição”, disse Ribeiro, que foi uma das convidadas do Fórum Pernambuco e o Setor Elétrico, evento realizado pelo Grupo CanalEnergia.
A Neoenergia –que tem como sócios a espanhola Iberdrola, o Banco do Brasil e o fundo de pensão Previ– controla as concessionárias Coelba (BA), Cosern (RN) e Celpe (PE). Considerando a localização dessas empresas e o ganho de escala proporcionado pela compra de outros ativos de distribuição, as concessionárias localizadas no Norte e no Nordeste têm mais sinergia com a companhia. “Mas acho que isso não é o único drive”, disse a executiva. “A gente sempre vai avaliar as oportunidades. Distribuição é uma coisa que a gente tem vocação, mas tudo ao seu tempo.”
A Eletrobras fracassou na primeira tentativa de vender a Celg em agosto, uma vez que o preço mínimo de R$ 2,6 bilhões foi considerado muito alto, o que afugentou os potenciais interessados. Uma nova tentativa será feita no dia 30 de novembro, agora com o preço de R$ 1,79 bilhão. No dia 28 de setembro o BNDES realizou, no Rio de Janeiro, um encontro chamado “Celg e outras Oportunidades de Investimentos”, que contou com a participação das empresas Equatorial, Iberdrola, Neoenergia, Enel, CPFL Energia e Energisa.
A licitação da Celg é um primeiro passo para uma grande rodada de privatização de ativos de distribuição que hoje são operados precariamente pelo grupo Eletrobras. O sucesso do leilão da concessionária goiana servirá para balizar as privatizações da Eletrobras Distribuição Alagoas (AL), Amazonas Energia (AM), Eletrobras Distribuição Piauí (PI), Eletrobras Distribuição Rondônia (RO), Eletrobras Distribuição Acre (AC) e Eletrobras Distribuição Roraima (RR), que deverão ser vendidas no segundo semestre de 2017.
*Enviado Especial