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A CEEE-D comemora a elevação de oito posições no ranking da Abradee em relação à satisfação de seus clientes em um ano. Segundo a avaliação da empresa, esse é o reflexo direto das ações que a companhia, dentro de um orçamento enxuto, tem tomado para melhoria dos indicadores de qualidade. Os próximos passos da distribuidora estatal gaúcha para aprimorar seus números passam pelo aporte em tecnologia para minimizar as perdas de receitas e telemedir 100% dos consumidores de alta tensão e outros consumidores de baixa tensão que somados representam 53% do faturamento da companhia.

Segundo o diretor de Distribuição do Grupo CEEE, Júlio Hofer, esse processo de gestão começou há quase dois anos quando assumiu a divisão da empresa. Ele é oriundo da Energisa e da AES Sul (hoje RGE Sul), essa é a primeira experiência em estatal. Todo o resultado do trabalho que é visto atualmente, relatou ele, deriva diretamente de uma mudança de filosofia dentro da organização para aproveitar melhor os recursos disponíveis e à aposta em inovação com as ferramentas de que a concessionária dispunha.
“Implementamos um plano de melhorias com base em quatro pilares, o primeiro foi pessoas, o segundo resultados, tecnologia em terceiro e gestão por indicadores. Com isso, tudo reduzimos o custo operacional da empresa em R$ 150 milhões, houve a demissão de 140 pessoas e mesmo assim tivemos nosso melhor resultado técnico dos últimos 15 anos”, comemorou o executivo em entrevista à Agência CanalEnergia.
Hofer reconhece que os indicadores ainda estão acima do que estabelece a Agência Nacional de Energia Elétrica. Contudo, lembra que nesse período o DEC recuou de 27 horas para 11 horas. Em sua avaliação, resultado obtido pelo envolvimento do que chamou de ilhas de excelência que a CEEE-D dispunha mas que por uma falha estrutural não se comunicavam. “Esse é um ganho obtido por um novo modelo de gestão na concessionária. Não era necessário uma coisa muito especial, nosso desafio foi o de envolver as pessoas. Agora o segundo grande passo no nosso plano estratégico será obtido por meio da tecnologia”, indicou ele.
Todo o plano começou com a busca por integrar processos e pessoas na empresa que detém 1,6 milhão de clientes naquele estado. A avaliação era de que o corpo técnico tinha qualidade, mas que o posicionamento era apenas reativo sem uma abordagem preditiva em termos de manutenção. A meta nesse ponto foi a de buscar uma mudança na postura de correção de problemas para uma programação e planejamento ao invés de reagir quando os problemas surgiam. Outro ponto trabalhado, destacou ele, foi a procura por integrar áreas e recursos disponíveis para melhoria dos resultados ainda mais levando em conta a situação de restrição orçamentária da empresa estatal.
Nesse sentido de integração ganhou destaque internamente as soluções desenvolvidas sem a contratação de consultorias em termos de sistemas que integraram dados e informações como a centralização de ações de correção de rede ou de ligação de novos clientes onde se procurou minimizar o tempo de desligamento. “Se em uma região teríamos que desligar a energia para manutenção ou por outros motivos, fazíamos uma espécie de mutirão onde já chegamos a deslocar até doze equipes e sete caminhões para uma região e assim realizamos todo o serviço de uma vez ao invés de desligar várias vezes em um mesmo ponto”, comentou ele. “Isso foi possível por conta de termos em um único sistema todas as demandas dos clientes ou de podas de árvores”, acrescentou.
Em termos de indicadores, a tecnologia é que deverá dar um novo salto para a empresa. A concessionária está com perdas totais em 16%, um índice de 5% acima do que estabelece a Aneel. A maior parte, disse, são perdas comerciais, com algo em cerca de 10% da energia requerida. A distribuidora tem um plano de automação da rede com smart metering com recursos captados junto ao BID que vai blindar 53% do faturamento que estão concentrados em cerca de 20 mil clientes de alta tensão. Além desses, outros três a quatro mil clientes de baixa tensão cujo consumo mensal está na casa de 1500 kWh deverão ser enquadrados no projeto, são comércios e pequenas indústrias que terão tratamento especial para evitar as perdas.
“A redução das perdas vem ocorrendo paulatinamente. Em um ano e oito meses já estamos atingindo os resultados esperados para o final de 2017. Os indicadores de qualidade também avançam. Há uma correlação entre o DEC e FEC com a satisfação do cliente. Quando a energia falta a empresa é naturalmente mal avaliada. Por isso a concessionária precisa de uma rede melhor, manutenção com mais agilidade no retorno do fornecimento e para isso precisamos de automação”, indicou Hofer.
Ao lado da telemedição, outro projeto em andamento na concessionária gaúcha é da ampliação da capacidade de realizar manobras automáticas na rede. Nesse sentido, a CEEE-D está com um plano de dobrar o numero de religadores e chaves telecomandadas para reduzir o tempo de atendimento a ocorrências que podem ser atendidas remotamente. A concessionária, apontou Hofer, possui 1.600 unidades desses equipamentos e a meta é de adquirir mais 1 mil unidades.
O objetivo básico do futuro, disse Hofer, é ficar dentro dos indicadores regulatórios da Aneel que serão cada vez mais restritivos. Aliás, ele lembra ainda que esses limites são tema de discussões no setor elétrico porque com medidas que pressionam mais as distribuidoras somente a tecnologia pode dar a resposta necessária e isso demanda investimentos, consequentemente, retorno tarifário.
“Modicidade sem olhar a sustentabilidade do setor leva a problemas graves, menos investimentos, menos serviços e estrutura, isso ninguém quer. Encontrar esse equilíbrio é o desafio. Em muitos casos os limites são agressivos para melhorar os indicadores os investimentos devem ser muito altos”, comentou. O diretor de distribuição do grupo CEEE colocou a empresa nesse grupo de distribuidoras com metas agressivas. “Estamos buscando temos que seguir a regra e isso não é opcional. O nível de investimento é alto. Há covenants financeiros e o cenário de captação está mais restrito então as concessionárias como um todo veem um nível crescente de dificuldades econômicas”, finalizou.