Com investimentos de R$ 513 milhões realizados até setembro deste ano, a Enel Distribuição Rio (RJ), novo nome da Ampla, trabalha para melhorar a qualidade no fornecimento de energia. A distribuidora tem um dos mais altos índices de perdas do país e luta para reduzi-los. Em coletiva para jornalistas nesta terça-feira, 8 de novembro, e que anunciou a mudança de nome, a empresa revelou que o seu DEC já melhorou 14% no acumulado do ano até outubro e 13% nos últimos doze meses do ano. "Os investimentos dos próximos anos vão ser pesados", afirma o presidente da Enel no Brasil, Carlo Zorzoli.

De acordo com Zorzoli, já foi dado início a um plano de ação na ex-Ampla que envolve etapas como o aumento das atividades de manutenção e poda de árvores, um investimento relevante em telecontrole, para diminuir o tempo de solução das ocorrências e uma última etapa, considerada mais radical, de investimentos pesados em soluções inovadoras estruturais da rede. "Pertencer a um grande grupo tem uma vantagem que nos permite trazer a inovação. Algumas mudanças já foram anunciadas esse ano como o novo cabo submarino de Ilha Grande, ele fica abaixo do solo marinho, de modo que ficará protegido", explica.

Um dos investimentos prometidos é uma inovação trazida da Itália, país de origem da Enel. São os centros satélites, similares a subestações. Eles permitem reduzir os quilômetros médios das linhas de média tensão, de modo que quando houver uma falha em uma linha muito longa, muitos consumidores ficam sem energia. Com os centros, que ficarão em lugares estratégicos da rede, quando houver uma falha, menos clientes serão afetados. Os equipamentos serão controlados a distância. Os centros aumentam a quantidade dos alimentadores disponíveis, melhorando o fornecimento de energia. Serão onze instalações desse tipo no estado do Rio de Janeiro. "É uma extensão remota de uma subestação. Tem o mesmo efeito, sem todos os custos", conta o presidente da concessionária.

Zorzoli promete ainda a inspeção feita por helicópteros. A aeronave será equipada com câmeras dotadas de termografia, capaz de identificar se há aquecimento ou falhas nos equipamentos. "Ele [o helicóptero] nos permite medir melhor a presença de vegetação e planejar melhor as podas. Tudo ajuda a qualidade do serviço e é parte do desafio do grupo no Rio de Janeiro", avisa. Já foram feitos mais de 500 quilômetros de inspeção na região Norte do estado em Campos e no primeiro semestre de 2017 ela deve estar em uso. Ela também vem da Itália.

Na cidade de Niterói, uma das maiores da área de concessão, a distribuidora enfrenta uma Comissão Parlamentar de Inquérito devido aos serviços prestados. Lá o DEC já apresentou melhora esse ano. O executivo admite que os índices no Rio de Janeiro não são bons, mas promete dias melhores e lembra que serão necessários alguns anos para que se obtenha resultados significativos. "Temos um plano de ação e investimentos para reduzir em 50% a duração das interrupções", aponta.