A Taesa é mais uma transmissora que se coloca como uma companhia que está na ponta compradora de ativos no Brasil, seja por meio de leilões ou de aquisições. O presidente João Procópio afirmou que a empresa está em uma posição de baixo endividamento e com capacidade de investir no país. Contudo, não indicou qual poderiam ser os alvos prioritários nesse caminho, afirmou que há muitas oportunidades para serem avaliadas mas tudo será executado dentro de um conceito de rigidez no controle de custos.
“Nunca deixamos de avaliar as oportunidades de M&A. Esses ativos podem ajudar no crescimento da empresa que tem um empreendimento greenfield. Isso porque o projeto novo começa a gerar fluxo de caixa dois anos à frente, enquanto o brownfield tem esse fluxo imediato, o pagamento pelo ativo coincide com a entrada de receita, e dependendo do caso M&A é adequado. Obviamente que temos que avaliar o retorno”, afirmou Procópio em teleconferência com analistas e investidores sobre o resultado da companhia no terceiro trimestre.
O executivo disse que a empresa ainda está com disposição para entrar nos próximos leilões de transmissão que serão realizados pela Aneel. Contudo, comentou que a atuação da organização que dirige é de cautela quanto ao apetite por projetos. Ele disse que a companhia já está se preparando dentro do possível para as futuras disputas, mas que essa efetivação de participação ainda depende das projeções de retorno que será ofertado pela Aneel.
No leilão de 28 de outubro, a Taesa arrematou quatro lotes, sendo dois em consórcio com a Cteep, um por meio da Eate e outro sozinha. Esses ativos juntos somam, aportes de mais de R$ 1,8 bilhão segundo as estimativas de necessidade de investimentos feitas pela Aneel. Aliás, Procópio comentou ainda que esse nível de preços para os ativos estão bem ajustados à realidade do mercado e que há pouca margem de manobra para a redução desse capex.
Outro ponto que o executivo destacou na teleconferência foi a ainda impossibilidade de se dizer se esses projetos poderão ser antecipados. Segundo sua avaliação, a ampliação do prazo colocado pela agência reguladora para o certame do mês passado é um reflexo das dificuldades em se obter o licenciamento ambiental dos empreendimentos. “Logo de partida, do nosso ponto de vista, não dá para dizer que vai antecipar, temos o prazo par trabalhar mas sabemos que há dificuldades para se obter o licenciamento”, disse Procópio.