O Ministério de Meio Ambiente pretende articular  uma estratégia nacional para identificar os gargalos e os instrumentos que precisarão ser colocados em prática para o cumprimento das metas de redução de emissões assumidas pelo Brasil no Acordo de Paris. A discussão com diversos atores da sociedade será feita ao longo do primeiro semestre de 2017, a partir de um documento base que o MMA dever lançar agora em novembro.

O secretário de Mudanças Climaticas do ministério, Everton Lucero, afirmou após debate na Câmara dos Deputados que apesar dos investimentos crescentes em fontes alternativas, ainda há um potencial muito grande em energia eólica, solar e biomassa a ser explorado. Ele acredita que essas fontes renováveis vão permitir ao país atingir o percentual de redução de gases de efeito estufa nos prazos previstos. A intenção é de que as renováveis atinjam 45% da matriz até 2030, com a matriz elétrica não hídrica representando 23% do total.

“Temos um potencial de geração distribuída de energia solar, que pode ser um novo paradigma para a participação da sociedade na geração e no compartilhamento dessa energia pela rede. Isso tem sido objeto de estudos do governo, e nós, do Ministério do Meio Ambiente, apoiamos essa pauta, porque ela é essencial para o futuro do pais”, exemplificou Lucero. Uma das inovações do acordo multilateral do clima é que ele estabeleceu como um dos seus objetivos principais a reorientação dos fluxos financeiros globais para a formação de uma economia de baixo carbono.

Fundos internacionais que hoje financiam projetos direcionados à redução das emissões de gases na atmosfera não trabalharão exclusivamente com ações ambientais.  Para o secretário  de Mudanças Climáticas,  isso significa que  há muito trabalho a fazer na criação de instrumentos financeiros que atraiam capital para projetos sustentáveis, seja de geração de energia, de agricultura de baixo carbono, ou de redução do desmatamento. Lucero participou nesta quarta-feira, 9 de novembro, de seminário sobre geração distribuída, energias renováveis, eficiência energética e portabilidade da conta de luz em uma economia de baixo carbono.