A Eletrobras apresentou lucro líquido de R$ 863 milhões ao final do terceiro trimestre deste ano, revertendo assim as perdas de R$ 4 bilhões no mesmo período de 2015. Já no acumulado do ano a elétrica já soma ganhos de R$ 9,7 bilhões ante o resultado negativo de R$ 4,1 bilhões reportado entre janeiro e setembro do ano passado. O ebitda (antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou em R$ 3,237 bilhões, revertendo o sinal inverso do ano passado e no acumulado do ano está em R$ 24,580 bilhões.

A estatal atribuiu os ganhos no trimestre ao resultado de participações societárias que teve influência direta da Portaria no. 120 do MME que estabeleceu as condições de indenização do RBSE. E ainda, ao passivo a descoberto em controladas e atualizações monetárias.
O volume de energia vendida pela divisão de geração da empresa somou no trimestre 60,9 GWh uma queda de 1,1% e no ano esse indicador é de relativa estabilidade, aumento de 0,2%, com o acumulado de 183,9 GWh. Já em distribuição a energia vendida caiu nessas duas bases de comparação. No trimestre a queda é de 1,4% e no ano o saldo é 0,1% menor do que em 2015.
A receita bruta da empresa somou R$ 10,3 bilhões, o que representa uma retração de 4% na comparação com o final do mesmo trimestre de 2015. Já no ano o valor é de R$ 53,5 bilhões, aumento de 67% ante 2015. Por sua vez a receita liquida apresenta crescimento, entre julho e setembro ficou 9% acima com R$ 8,6 bilhões e no ano o crescimento alcançou 96%, passando de R$ 24,7 bilhões para R$ 48,5 bilhões.
De acordo com o release de resultados da Eletrobrás, as receitas de geração apresentaram redução de 8% nos nove meses do ano, já no trimestre ficaram 5,9% mais elevadas. Já as de transmissão apresentaram crescimento de mais de sete vezes devido ao reconhecimento das indenizações do RBSE. Se não fosse esse fator o indicador seria de um aumento de 8%. Na base trimestral o crescimento das receitas ficou em 90,8% por reconhecimento da indenização da Eletronorte. Desconsiderando isso, o aumento ficaria em 14%.
Enquanto isso, em distribuição a receita caiu 39%, influenciada principalmente pela desconsolidação da Celg-D por conta do processo de privatização da concessionária goiana. Já entre julho e setembro a queda foi maior ainda com nível 48,6% menor do que nesse mesmo período do ano anterior, também influenciadas pela Celg.
A dívida bruta consolidada da empresa somou R$ 42,8 bilhões ao final de setembro. Geração e transmissão respondem por 47% desse volume, distribuição por 1,8% e o restante está classificada como Holding e outros com a maior parte, 51% do total. Os investimentos da companhia até o final do trimestre somaram no ano R$ 6,8 bilhões, ou 65,4% do previsto para o ano que é de R$ 10,4 bilhões, segundo o novo orçamento da estatal.