A CPFL Energia registrou um lucro líquido gerencial de R$ 235 milhões no terceiro trimestre de 2016, queda de 24,8% na comparação com o mesmo período do ano passado. No acumulado do ano esse valor está em R$ 763 milhões, queda de 2,5% ante o mesmo período de 2015. O resultado ebitda gerencial (antes de juros, impostos, depreciação e amortizaçao) na base trimestral aumentou 2%, para R$ 985 milhões e no ano a elevação é de 1,2% com R$ 2,835 bilhões. O resultado gerencial considera as participações equivalentes em cada um dos ativos e empreendimentos nos quais a CPFL Energia possui participação acionária e exclui os efeitos não recorrentes e a variação cambial de Itaipu.

Segundo a empresa, o resultado do período foi beneficiado pela expansão da geração de caixa da CPFL Renováveis, que normalmente é elevado a partir do segundo semestre de por conta do regime de ventos no Nordeste. E ainda, pela entrada em operação da PCH Mata Velha, em maio passado, bem como o início de operação gradual dos parques dos Complexos eólicos Campo dos Ventos e São Benedito.

A receita líquida gerencial da companhia teve recuo de 5,6% no terceiro trimestre de 2016 frente ao mesmo período de 2015, para R$ 4,26 bilhões. Essa diminuição reflete, principalmente, a redução na receita no segmento de distribuição, que tem sido impactado negativamente pela retração no consumo de energia. O grupo apurou um recuo de 2,1% no consumo de energia na área de concessão de suas oito distribuidoras. No terceiro trimestre de 2016, o volume faturado de consumidores livres e cativos somou 13,45 mil GWh, inferior aos 13,75 mil GWh apurados em igual período de 2015. Essa retração é atribuída à desaceleração da atividade industrial.

As vendas das concessionárias para o mercado cativo recuaram 3,3% em igual período de comparação, para 9,55 mil GWh. O consumo faturado dos clientes livres, medido pela TUSD apresentou aumento de 0,8%, somando 3,90 mil GWh. No consumo por classe, o residencial ficou praticamente estável, com queda de 0,1%. Já o comercial teve redução de 3,3% e o industrial, de 4,9%.

O nível de alavancagem do grupo recuou, passou de 3,10 vezes a relação entre a dívida líquida ante o ebitda ao término de junho de 2016 para 3,07 vezes ao final de setembro. A empresa ainda reportou a expansão de 2% na capacidade instalada de geração nos últimos 12 meses e alcançou 3,2 GW, em função do início da operação comercial da PCH Mata Velha e de todos os 48 aerogeradores do Complexo Eólico Campos dos Ventos, no Rio Grande do Norte.

Com a conclusão da compra da RGE sul (antiga AES Sul) a CPFL revisou para cima a sua expectativa de investimentos até 2020. Ao incorporar os aportes previstos na nova concessionária gaúcha, a companhia pretende investir 14,3% a mais do que o planejado anteriormente, passando de R$ 9,666 bilhões para R$ 11,053 bilhões. Com isso, os aportes do grupo no segmento de distribuição devem crescer 20% neste período, passando de R$ 7,033 bilhões para R$ 8,42 bilhões.

Já no terceiro trimestre de 2016, os investimentos da CPFL somaram R$ 649 milhões no padrão IFRS, um aumento de 191,3% frente aos R$ 223 milhões apurados em igual intervalo de 2015. Deste valor total, R$ 280 milhões foram destinados aos projetos do segmento de distribuição. No segmento de geração, somaram R$ 323 milhões no terceiro trimestre de 2016, contra os R$ 13 milhões de igual período de 2015 em função dos aportes de R$ 315 milhões da CPFL Renováveis na construção do complexo eólico Pedra Cheirosa, na conclusão da PCH Mata Velha e nos parques eólicos dos complexos Campos do Ventos e São Benedito.

No acumulado do ano o aportes somaram R$ 1,615 bilhão, crescimento de 67,9% em relação aos R$ 962 milhões no mesmo período de 2015. Do valor total, a CPFL Energia destinou R$ 709 milhões no segmento de distribuição, R$ 814 milhões em geração e R$ 36 milhões em comercialização e serviços.