A agência de classificação de risco Fitch rebaixou a nota de crédito nacional da 3º emissão de debêntures da Santo Antonio Energia. Tanto para a primeira série, no valor de R$ 200 milhões e vencimento em 2022, quanto para segunda, de R$ 500 milhões e vencimento em 2024, a Fitch atribuiu rating BB – (bra) — antes era A-(bra)–, com perspectiva negativa.
Os ratings da Saesa se baseiam em sua dependência de recursos adicionais dos acionistas para o cumprimento pontual de suas obrigações financeiras em 2017 e 2018. "O rebaixamento reflete a exposição do projeto a aportes adicionais de capital em 2017 e 2018, para honrar suas obrigações. Os aportes de capital serão necessários caso os ressarcimentos devidos pelo Consórcio Construtor Santo Antônio (CCSA) à Saesa não sejam realizados no tempo e no montante esperados pela companhia. A CCSA terá de ressarcir a Saesa pelo não atendimento completo da antecipação da entrada em operação comercial do projeto. Desta forma, os ratings contemplam a qualidade de crédito do acionista mais fraco, e a observação negativa reflete a potencial deterioração das métricas de crédito deste", diz a agência em relatório divulgado na quinta-feira, 10 de novembro.
Os acionistas da Saesa são obrigados a realizar aportes de capital de acordo com o contrato, caso a companhia necessite de caixa para honrar eventuais problemas na fase de construção, referentes a receitas, custos, fornecimento, liquidez, taxa de juros, entre outros, até atingir o Completion Financeiro, que deve ocorrer, no mínimo, em junho de 2018. Os acionistas efetuaram aportes de mais de R$ 4 bilhões, acima do inicialmente previsto, e honraram todas as penalidades, sobrecustos, aumento inflacionário e o aumento do contrato de construção para aprimorar o projeto e cumprir as requisições ambientalistas.
Desde junho de 2016, as obras civis e a montagem das turbinas da hidrelétrica Santo Antônio, no rio Madeira (RO), estão concluídas. A usina possui 50 turbinas (3.568 MW) — 44 em operação comercial e seis testadas, aguardando a entrada em operação comercial. A construção do projeto é realizada por um consórcio solidário, liderado pela Construtora Norberto Odebrecht.