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Cerca de 120 toneladas de lixo produzidas diariamente pelos habitantes de Gravatá, em Pernambuco, servirão de combustível para geração de energia elétrica por meio de uma usina com capacidade de 3 MW. A termelétrica já está em desenvolvimento e custará R$ 12 milhões ao município de 83 mil habitantes, que fica a 84 quilômetros da capital Recife. A licitação foi vencida pela RSU Brasil e, segundo o CEO da empresa, Verner W. Cardoso, a usina será capaz de tratar 100% do lixo da cidade, com previsão de operação ainda no primeiro trimestre de 2017.

“Transformar lixo em energia não é uma novidade, agora fazer isso com um equilíbrio econômico e financeiro é o ponto. Para fazer isso, a gente concluiu que precisava melhorar o poder calorífico do lixo. Hoje a gente consegue pegar o lixo, transformá-lo em uma biomassa seca com poder calorífico pelo menos 70% maior que o bagaço de cana de açúcar. A gente vem desenvolvendo essa tecnologia há 6 anos”, explicou o executivo.

Um dos principais desafios a serem enfrentados nos próximos anos pelas gestões municipais e estaduais será o tratamento ao lixo. A nova Política Nacional de Resíduos Sólidos (lei 12.305/2010) proíbe o armazenamento dos materiais em aterro sanitário sem tratamento prévio a partir de 2014, e a Política Estadual (lei 12.300/2010) requer o estabelecimento de metas e prazos para redução do volume de resíduos para disposição final.

De acordo com Cardoso, os equipamentos da térmica estão em produção, todo o projeto de engenharia e civil está pronto e o processo de licenciamento ambiental do empreendimento está em andamento. A expectativa é gerar entre 40 a 45 empregos diretos e, posteriormente, quando a unidade estiver em funcionamento pleno, serão necessários pelo menos 28 funcionários.
“Quando desenvolvemos essa tecnologia, nós resolvemos não só o problema do lixo comum. A gente tem um processo que inclui tratamento de lodo de esgoto, resíduo de poda de árvore e rejeitos de recicláveis. Paralelamente, a gente ainda recebe pneus, lixo eletrônico e resíduos da construção civil. Conseguimos juntar os resíduos da construção com as cinzas da caldeira e transformá-los em base para pavimentação de ruas. Além de gerar energia, a gente consegue ter um sistema funcionando com um conceito lixo zero”, disse.

Segundo Cardoso, a usina funcionará dentro da regra Resolução Normativa Aneel nº 687/15, que prevê a compensação da energia com a concessionária local. “É o que consegue compensar melhor.” O excedente da produção de energia ficará com a RSU Brasil. Pelo contrato, qualquer lucro que a empresa tiver com esse excedente uma parte precisa retornar ao município. “Efetivamente é um projeto interessante para o Poder Público, para nós como investidores e para sociedade de um modo geral.”

A técnica de transformação de lixo em energia é referência em países como Alemanha, França, Espanha, Estados Unidos, Canadá, Itália, Suécia e Holanda. O objetivo do município é que a energia gerada abasteça todo o parque elétrico público da cidade, incluindo a sede do executivo municipal, todos os prédios públicos, escolas, hospital, unidades de saúde e praças. Isso vai acarretar, anualmente, em uma economia superior a R$ 1 milhão aos cofres públicos.

O consumo de todo o parque elétrico de Gravatá (iluminação pública + prédios públicos), sob os custos das tarifas elétricas atuais, corresponde a uma despesa mensal de R$ 316 mil. A partir da implantação da usina de geração com utilização do lixo urbano, haverá uma economia de aproximadamente R$ 110 mil/mês.