A Energisa pretende até meados de 2017 consumar o pedido de fusão das concessões de distribuição que possui nos estados de São Paulo e Paraná. De acordo com Maurício Botelho, vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores da empresa, a Caiuá será a distribuidora remanescente da fusão, por ser a que tem o maior prejuízo fiscal, com cerca de R$ 75 milhões de créditos tributários. "A fusão busca a racionalização operacional e regulatória financeira dos ativos", explica ele que participou nesta quarta-feira, 16 de novembro, de conferência com investidores. Essas distribuidoras passaram a fazer parte do grupo após a compra da Rede Energia, em 2014.

Além da Caiuá, as demais concessionárias envolvidas são a Nacional, Bragantina, Vale Paranapanema, todas de São Paulo, com a Força e Luz do Oeste, do Paraná, localizadas no interior dos estados. Ainda de acordo com Botelho, o movimento vai se repetir nas distribuidoras Energisa Nova Friburgo (RJ) e Energisa Minas Gerais (MG). A expectativa é que essa operação esteja concluída em 2018. O trimestre marcou o fim da recuperação judicial da Rede Energia, decretada em agosto.

O executivo revelou que a participação da Energisa no leilão da Celg (GO) não está definida. Ela é uma das candidatas a disputar a distribuidora goiana, que a levaria a ter um ganho de escala, por já controlar a Energisa Tocantins (TO), Mato Grosso (MT) e Mato Grosso do Sul (MS), ficando em situação excepcional na região Centro-Oeste. O diretor Ricardo Botelho também lembrou que a Energisa continua avaliando oportunidades de modo contínuo, como no setor de transmissão, em que ela em leilões anteriores chegou a se inscrever, mas não apreciou as condições. Agora com condições melhoradas no último leilão, uma investida na transmissão viria apenas por ativos que estivessem relacionados com o seu mercado de distribuição. "Vamos continuar avaliando", avisou aos investidores.

Nos nove meses do ano, 79,1% dos investimentos foram aplicados nas distribuidoras compradas da Rede Energia, chegando a R$ 906 milhões. Após o IPO realizado este ano, a dívida líquida consolidada cai 16,5% e companhia aporta R$ 680 milhões nas subsidiárias. A Energisa Mato Grosso teve o maior aumento de capital, com R$ 350 milhões, sendo seguida pela Tocantins, com R$ 150 milhões. Nos indicadores de qualidade de fornecimento de energia, as distribuidoras do grupo no Nordeste, Energisa Paraíba (PB), Borborema (PB) e Sergipe (SE), ao lado da Energisa Mato Grosso chegaram ao menor nível histórico nos índices de DEC e FEC.