A Eletrobras pretende arrecadar em 2017 R$ 4,6 bilhões com desinvestimentos em Sociedades de Propósito Específico em 2017. A decisão faz parte do Plano Diretor de Negócios e Gestão 2017-2021, anunciado esta semana. De acordo com o presidente da empresa, Wilson Ferreira Junior, esses ativos ainda estão passando por um processo de definição pelas controladas e ainda não estão escolhidos.

Dos R$ 4,6 bilhões, R$ 2,4 bilhões serão usados para pagar dívidas que as controladas contraem com a holding para a implantação dos projetos. Os R$ 2,2 bilhões restantes vão ficar com a holding. As controladas estão presentes em 178 SPEs nas áreas de geração e transmissão de energia, além de participação relevante em 12 empresas do setor. Para o executivo, o mercado passa por um momento propício para esse tipo de movimento, o que faz com que a Eletrobras atue de modo estratégico para não o perder. Não podemos nos atrapalhar nesse momento. "Temos um processo coordenado", avisa. 

A UHE Santo Antônio, em Rondônia, deve ser um das SPEs que entrarão na lista para serem vendidas. Furnas possui 39% de participação na Santo Antônio Energia, que controla a usina. O mercado cogita que a acionista principal do projeto, a Odebrecht, quer vender a sua parte. Esse é o momento que Ferreira Júnior não quer perder: o do direito de venda de participação dos outros acionistas após a aquisição da maior parte. "O Tag Along é uma boa oportunidade, será bom para nós", observa o executivo. Outra situação diferente destas já não se mostraria tão atraente na opinião do presidente da estatal, uma vez que não haveria a certeza de os preços alcançarem um bom patamar.