O planejamento de expansão terá de manter a frequência dos leilões de geração para alcançar a meta de participação das fontes renováveis na matriz elétrica brasileira entre 28% e 33% em menos de 15 anos. “É um compromisso bastante ambicioso que, para 2030, é factível”, avalia a conselheira da Associação Brasileira de Energia Eólica, Alexandra Marinheiro.
Ela ressalva porém, que o governo precisa ter um plano muito bem coordenado de inclusão de empreendimentos como usinas eólicas, fotovoltaicas e de biomassa para atingir essa meta, que não inclui a energia hidrelétrica. Alexandra lembra que o compromisso significa duplicar a participação das fontes na matriz. A estimativa da ABEEólica e de que seria necessário contratar em torno de 2 GW de empreendimentos eólicos por ano em leilões para atingir o objetivo.
A conselheira participou este mês como convidada da delegação brasileira que foi para a reunião de cúpula do clima, a COP 22, em Marrakesh, no Marrocos, onde apresentou um histórico do crescimento da energia eólica no Brasil e falou sobre a participação atual da fonte na matriz. Ela disse que um dos pontos que despertou interesse de quem acompanhou a apresentação foi o relato sobre a boa convivência dos empreendedores com os moradores das localidades onde estão instalados os parques eólicos.
Além de gerar renda para os proprietários de terra com o arrendamento, lembrou Alexandra, os projetos geram a necessidade de regularização fundiária e não obrigam a realocação de pessoas. Para a representante da ABEEólica, a participação do Brasil nas discussões sobre mudanças climáticas não se limita ao cumprimento dos compromissos. O país tem exercido papel de protagonista no processo de discussão.