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Completando dez anos no Brasil e com atuação destacada na área de fontes renováveis, a Enel Green Power conseguiu aplicar o conceito de sustentabilidade no seu mais novo projeto, o complexo hidrelétrico Apiacás (MT-102 MW). Inaugurado na última terça-feira, 22 de novembro, ele teve a sua construção abastecida por uma planta solar de 1,2 MW autônoma, que vai se somar a energia do complexo.
Carlo Zorzoli, country manager da Enel no Brasil, lembra que o potencial solar é uma aposta da empresa, uma vez que ela é o maior player desse setor no país e que a ação reduz as emissões. “Ao final, evita queimar diesel. Nós vamos replicar o modelo onde faz sentido, como em canteiros como este”, afirma. Na cerimônia de inauguração do complexo, o conceito permaneceu. Todo o evento teve coleta seletiva e as mesas foram feitas a partir de madeira que foi aproveitada da obra. A cerimônia também tinha um selo de certificação livre de carbono.
O modelo de Creative Shared Value aliou a perspectiva de negócio da EGP com as necessidades da comunidade. Houve envolvimento de toda a comunidade em discussão que nortearam as iniciativas e os incentivos ao desenvolvimento local. Foram realizadas ações como os cursos de capacitação para gestores públicos e o incentivo à biodiversidade local. O viveiro da cidade, que conserva espécies nativas da Amazônia, está sendo apoiado pela empresa. Há ainda projetos de turismo científico no canteiro de obras e de geração de energia alternativa na Amazônia.
A antecipação em mais de um ano do começo da operação do complexo foi, segundo Zorzoli, fruto de um forte investimento em engenharia efetuado antes do leilão. O representante da empresa italiana salientou que enquanto muitas empresas relutam em entregar usinas no prazo, a EGP adiantou a entrada em operação da sua. “Entregar antes demonstra o nosso compromisso”, ressalta.
Estudos de factibilidade permitiram a redução do risco associado a etapa de construção. “Um bom planejamento comprimiu os riscos, começamos a trabalhar bem antes”, observa o executivo. O complexo de Apiacás, formado pelas usinas Da Fazenda, Salto Apiacás e Cabeça de Boi era um antigo projeto no estado do Mato Grosso que só agora foi viabilizado. Duas tentativas anteriores de comercialização do complexo já haviam sido tentadas, ambas frustradas. A EGP alterou o projeto, adequando-o em termos de geração e custos. Ele era de propriedade do grupo Bertin. “Melhoramos o projeto para que ele fosse viável”, aponta.
Transmissão – Zorzoli se mostrou preocupado com as consequências que os atrasos na transmissão estão trazendo. Para o leilão de reserva, usinas inscritas nos estados da Bahia, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul ficaram impedidos de participar devido à falta de LTs para escoamento. Segundo ele, esse entrave pode fazer com que os melhores projetos, que podem alcançar um preço mais barato, acabem tendo a sua viabilizada comprometida. “Sem a energia eólica hoje, teríamos racionamento no Nordeste. É uma pena que se tenham usinas sem conexão à rede, que não podem gerar”, comenta.
*O repórter viajou a convite da Enel Green Power