O país viveu um período anterior de ilusão do consumidor com preços de energia artificialmente baixos e agora a atual cúpula do governo tem como meta resgatar a verdade de preços e desfazer as distorções criadas no custo de curto prazo, da expansão e dos subsídios. E nesse sentido, reduzir o intervencionismo estatal que foi marcante no passado, privilegiando o mercado e com menos reserva de mercado.

Essa foi a principal mensagem apresentada pelo secretário executivo e ministro interino de Minas e Energia, Paulo Pedrosa, durante a abertura do 8º Encontro Anual do Mercado Livre nesta quinta-feira, 24 de novembro, que ocorre em um resort na Praia do Forte, em Mata de São João (BA). Segundo ele, esse desafio é gigantesco para ajustar o passado e construir o futuro chamando o mercado livre para atuar na mudança dessa cultura estatal do “bem localizado mas mal distribuído”.

Pedrosa afirmou que essa mudança passa pela participação de todas as camadas da sociedade. “O mercado tem que aprender que não somos mais isso [intervencionistas]. Mas empresas buscam por salvação… mesmo sendo antipático, não vamos agir dessa forma. Buscar subsídio e proteção faz do ambiente do Congresso um ambiente de negociar a exceção. Precisamos mudar a cultura do governo, da sociedade e assim chegamos a todo o país. É um momento importante e histórico para um país que precisa escolher o quer ser”, discursou ele.

O ministro interino afirmou que defender interesses é legitimo, mas ressaltou que o governo agora não está sensível a interesses pontuais. A meta é buscar atender ao todo porque dessa forma evita-se custos adicionais que precisam ser pagos por toda a sociedade. “Esse é o enfrentamento que temos e precisa ser feito, pois o modelo antigo ruiu”, destacou. Esse modelo antigo foi classificado por ele como muito forte e que no caso do setor elétrico estava no centro da decisão nacional para viabilizar um projeto de poder. E admitiu anda em dizer que não tem ainda a resposta, mas que estão procurando o caminho correto. E que isso não passa por um modelo que era ineficiente. Essa ineficiência marcada ainda pela existência de várias bombas armadas que precisam ser desarmadas no setor de energia como um todo que gera custos para a sociedade.

“A nossa geração de ideias chegou ao poder e agora tem a responsabilidade de fazer funcionar as coisas para os negócios possam viver de forma sustentável. Vivíamos em ambiente que no governo não entendia o mercado, não gostava e não precisava do mercado. Agora o governo tem boa noção do mercado e tem muita simpatia e precisa do mercado para conseguir mais eficiência do setor e dos investimentos, para, de forma sustentável, bancar os investimentos necessários e trazer resultados de longo prazo para estimular o metabolismo da eficiência. Assim, o mercado se estabiliza e não precisamos de intervenção do governo. Agora temos que trabalhar para que essas soluções dêem resultados”, finalizou.

*Enviado Especial