A geradora de energia renovável Renova Energia demitiu 50% dos funcionários entre janeiro e novembro desse ano. A terceira onda de demissões da companhia aconteceu neste mês em mais uma ação da nova diretoria para adequar a estrutura operacional à nova realidade da empresa que passa por dificuldades financeiras desde que houve a frustação do negócio com a americana SunEdison no ano passado. Em dezembro de 2015, a Renova contava com cerca de 300 colaboradores, quadro que foi reduzido para 150 empregados.
Em entrevista exclusiva realizada nesta sexta-feira, 25 de novembro, em seu escritório em São Paulo, o presidente da companhia, Carlos Figueiredo, explicou que essa revisão de pessoal não pode ser encarada pelo mercado como uma ação isolada. “Na prática ela faz parte de todo esse processo de revisão da estrutura da Renova, da adequação dessa empresa à luz desse novo tamanho que ela tem após a revisão do plano de negócio.”
Neste ano, a empresa reduziu seu plano de negócio em R$ 4 bilhões após cancelar 676,2 MW em contratos com a Cemig, deixar de exercer a opção de participar de 50% do LER 2015 (59,7 MW) e também postergou parte de um contrato com a Light empurrando a construção de 133,6 MW de capacidade instalada para janeiro de 2020.
A Renova também fez uso do MCSD de Energia Nova postergando 103 MW médios que deveriam ser entregues ao mercado regulado entre julho e dezembro desse ano. Segundo Figueiredo, essa operação resultou em ganhos significativos para a empresa que pode comercializar essa energia no mercado livre a preços mais atrativos que os dos contratos com as distribuidoras.
“Nessa terceira onda [de demissões] nós procuramos identificar quais são as sinergias que existem dentro da organização, que poderia ter por ventura uma estrutura mais otimizada… o objetivo foi consolidar atividades que são rotineiras em uma única célula”, explicou o executivo. “Quando a gente olha para a estrutura da Renova, a gente vê uma estrutura muito mais enxuta, mais ágil e flexível, porque você reduziu os níveis hierárquicos… para a organização se tornar mais produtiva e eficiente. Esse é o pano de fundo que norteou essa mudança. Não é nenhuma atividade isolada, faz parte desse processo de reestruturação que começou em janeiro”, reforçou Figueiredo, que garantiu que não haverá novas demissões em massa em 2017.