O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, conheceu a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), em Angra dos Reis. A visita que aconteceu na última sexta-feira, 25 de novembro, foi a primeira vez que um diretor da AIEA visitou as usinas brasileiras.
A comitiva foi composta por outros integrantes da AIEA, além de representantes do Ministério das Relações Exteriores e do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. O grupo foi recepcionado, no Centro de Informações de Itaorna, pelo presidente da Eletronuclear, Bruno Barretto, que fez uma breve palestra sobre a matriz elétrica brasileira e o papel da energia nuclear no país. Os diretores João Carlos da Cunha Bastos e Leonam dos Santos Guimarães, além de outros executivos da empresa, também acompanharam a visita.
A programação começou com uma visita a Angra 2, que está atualmente desligada para reabastecimento e manutenções periódicas. Yukiya Amano, que nunca tinha visitado uma usina de projeto alemão, teve a oportunidade de conhecer a sala de controle e a turbina. Ele se mostrou bastante interessado e fez perguntas sobre sistemas, funcionamento e situações de emergência. “Estou muito impressionado com a segurança e a dedicação de todas as pessoas que estão tocando o projeto nuclear no Brasil. Atualmente, este tipo de fonte é responsável por cerca de 3% da matriz do país, mas, no futuro, certamente o Brasil irá precisar de mais energia e a nuclear pode ser uma das opções”, aposta.
Em seguida, os representantes da AIEA conheceram as instalações da primeira usina nuclear brasileira. O grupo teve acesso à sala de controle e também ficou bastante impressionado com o que viu. Para Amano, a visita ao Brasil foi uma grande oportunidade de compartilhar experiências. “Estou muito feliz. Pude conversar com líderes políticos, engenheiros e cientistas e tive a chance de aprender mais sobre o setor no país. Por outro lado, também pude explicar as prioridades da AIEA. Isso tornará possível uma cooperação de modo integrado”, complementa.
Para o presidente Bruno Barretto, essa visita marca uma nova etapa da cooperação da Eletronuclear com a AIEA. “Eu diria que há um aspecto simbólico e prático nessa visita. O simbólico é que, pela primeira vez, recebemos um diretor-geral da AIEA nas nossas usinas e estamos muito orgulhosos disso. O segundo aspecto é que isso reforça a intensa cooperação que já temos com a agência. Nós participamos de programas conjunto interpaíses, de missões em outras nações, visitas técnicas e, sobretudo, de treinamentos que fazem com que nossos especialistas estejam sempre no estado da arte da tecnologia”, comemora.