De acordo com Valeska De Laquila, gerente de contas especiais da Dow, o objetivo dessa técnica não é apenas controlar as plantas indesejáveis, mas também preservar a vegetação nativa e a biodiversidade local, contribuindo assim para a redução das emissões de gases de efeito estufa. "A Dow tem a certeza que está trazendo uma tecnologia diferenciada para o setor elétrico", afirmou a executiva durante apresentação do novo produto em Piracicaba, no interior de São Paulo.
A correta manutenção das faixas de passagem das linhas de transmissão e de distribuição de energia elétrica contribui para evitar desligamentos indesejados. Contudo, métodos tradicionais que contemplam apenas o corte ou a utilização de produtos químicos nem sempre alcançam a eficácia desejada pelas concessionárias. Um levantamento realizado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico aponta que as queimadas foram responsáveis por 106 desligamentos na Rede Básica entre janeiro e junho de 2016, um aumento de 21,11% na comparação com o mesmo período de 2015.
O Manejo Integrado de Vegetação em faixas de servidão de LTs é um conjunto de práticas que visa o estabelecimento em longo prazo de uma comunidade de plantas cujas características de crescimento não interfiram no desempenho operacional das instalações elétricas ou que demandem o mínimo de intervenções humanas; protege o solo contra erosões e promove abrigo e alimentação para a fauna.
As empresas aptas a aplicar os herbicidas que compõem o MIV devem possuir os certificados NR10, NR12, NR13 e passar por uma certificação específica dada pela Dow AgroSciences. O treinamento inclui dois dias de capacitação teórica e prática para os aplicadores, nos quais são tratados aspectos como o conceito do MIV e segurança. Hoje no Brasil existem duas empresas qualificadas para fazer essa aplicação e participar de licitações das concessionárias de energia com a nova solução. São elas a Biochess, que ajudou a Dow em todo o processo de pesquisa (iniciada em 2009) e implementação do projeto no Brasil, e a Ecosafe. A Dow pretende promover mais treinamentos para capacitar outras empresas.
Redução de custos – A Dow convidou um grupo de jornalistas para ir até a cidade de Piracicaba, no interior de São Paulo, para demonstrar a diferença das técnicas de manutenção das faixas de servidão. O campo demonstrativo apresentado está um dos ramais em 138 kV da CPFL Paulista que se conecta à Subestação Piracicaba. Lá foi possível ver, in loco, o efeito da aplicação de diferentes técnicas. Com o passar dos meses, a partir de fotos, foi possível comprar a diferença da velocidade do crescimento da vegetação. Nas áreas onde foram utilizadas as técnicas tradicionais, as plantas cresceram rapidamente e de forma mais agressiva. Aonde o MIV foi aplicado, a vegetação se mostrou mais controlada.
O diretor de Sustentabilidade da CPFL, Rodolfo Sirol, explicou que o investimento nessa nova técnica vai aumentar entre 10% e 15% os custos com manutenção das linhas de transmissão nos primeiros dois anos. Contudo, a expectativa é que a partir do terceiro ano haja uma redução de 50% desses custos. Atualmente a CPFL investe R$ 15 milhões anuais na manutenção da vegetação de linhas de transmissão e de distribuição.