O processo de venda de cerca de 95% do capital social da Celg-D que ocorreu nesta quarta-feira, 30 de novembro, renderá à Eletrobras R$ 1,065 bilhão à estatal. Com esses recursos a ideia da empresa é de utilizar os recursos em duas frentes, reduzir o endividamento de curto prazo e ainda ajudar no financiamento dos projetos que ainda precisa investir, como linhão de Belo Monte, as UHEs Belo Monte, São Manoel e Sinop, que são os principais em execução no momento.
“Temos um conjunto de investimentos onde vamos utilizar esses recursos e manter a adimplência em investimentos, além de reduzir as dívidas, principalmente, as caras e de curto prazo. Um passo importante foi vencido e agora estamos em um bom caminho”, afirmou o presidente executivo da estatal Wilson Ferreira Júnior a jornalistas após o leilão da Celg-D que foi vencido pela italiana Enel ao oferecer um lance de R$ 2,187 bilhões, ágio de 28,03% sobre o preço mínimo determinado pelo ativo.
Além da concessionária goiana, estão no foco de privatização as outras seis distribuidoras que a companhia controlava. Ainda não há um cronograma oficial para a venda desse ativos, a única deliberação do governo é de que sejam negociadas até o final do ano de 2017. Até mesmo a da Amazonas Energia que é a empresa mais problemática em função de dívidas com a Petrobras, cujo valor ainda está em negociação entre as duas partes.
Nesse sentido, o processo de venda está sendo avaliado para ser aplicado da melhor forma em termos de utilizar o potencial de crescimento dessas empresas sem deixar de lado suas características diferentes. “Para aquele operador que quer mexer em perdas é a melhor coisa [entrar nas distribuidoras]. Vamos usar no momento certo essa possibilidade”, indicou Ferreira Jr. A meta é que a empresa receba os recursos ainda em 2017. Ademais, a perspectiva do executivo é de que a companhia não precisará se desfazer de muitos ativos que possui atualmente.
A ‘nova Eletrobras’, que o ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Filho, se referiu em meados do ano envolvia a venda de participações da estatal em diversas SPEs, um processo que continua em andamento. Segundo o presidente da elétrica, a companhia não precisará vender tudo, será apenas a minoria e da forma que fará mais sentido para a Eletrobras. E disse ainda que essa venda sela o negócio de distribuição que deve ficar para bons players privados.