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Um estudo desenvolvido pelo Centro de Técnico Científico da PUC-Rio atestou a viabilidade do uso de placas solares no Rio de Janeiro para clientes de alta tensão. A economia pode chegar a até 12% e o retorno do investimento viria em aproximadamente sete a oito anos. O objeto de análise foi o prédio do Ministério da Fazenda, no centro da cidade, onde foi instalado um sistema fotovoltaico. De acordo com Pedro Camarella, autor do estudo, a classe dos grandes consumidores era pouco considerada nos estudos sobre o tema, embora também possa se beneficiar da geração distribuída solar. “Esses consumidores têm muito a ganhar com a adoção dessa fonte renovável, tanto em termos ambientais quanto no retorno do investimento”, afirma.
O estudo para o prédio do Ministério da Fazenda usou 12 cenários econômicos diferentes, contemplando questões de câmbio, inflacionária, crédito, custos e investimento. O euro adotou o parâmetro de R$ 4,5. Na maioria dos cenários, a microgeração se tornou viável, apenas em dois ela não era. O professor Reinaldo Castro, orientador do estudo, reforçou o êxito e a viabilidade do projeto ao relacionar o pay back com o tempo de duração das placas de 25 a 30 anos, em que ainda restariam quase duas décadas de utilização. “Hoje com a taxa cambial é altamente viável. Em quase um quarto do tempo ele se pagaria e nos outros três, ele seria aproveitado sem custos”, avisa.
Castro lembra que o prédio do ministério da Fazenda fica em uma área bastante adensada na capital, o que não a deixa em condições ótimas de insolação nem de instalação das placas. A construção do modelo 3-D e a instalação do sistema no prédio também foi desafiadora para o projeto, uma vez que ele é tombado pelo patrimônio histórico nacional. Datado de 1943, ele foi construído pela administração Getúlio Vargas. “Foram muitas idas à biblioteca do ministério e do Iphan, onde as únicas plantas podem ser encontradas para consulta”, explica Pedro Nogueira. A instalação das placas não trouxe agressão visual para a fachada do prédio.
O autor do estudo conta que a ideia veio da sua atuação na Agência de Fomento do Estado do Rio de Janeiro, a AgeRio, onde analisa riscos de projetos de investimentos. Ela é parceira no programa Rio Capital da Energia. O programa fez muitas empresas voltadas para o desenvolvimento sustentável na área energética começaram a pleitear financiamentos. “Chamou minha atenção para a relevância do tema e para necessidade de verificarmos a existência da viabilidade econômica de projetos nesse mercado ainda tão novo no Brasil”, aponta Nogueira.
Ele quer no futuro continuar estudando o tema e ampliar a pesquisa de viabilidade de geração distribuída para grandes consumidores ligados ao governo do estado. Nogueira frisa que que a Política Estadual de Incentivo ao uso da Energia Solar prevê que o estado deverá fomentar sistemas fotovoltaicos nesse tipo de instalações. “Acredito que o estado deva exercer o papel de força motriz dessa fonte”, conclui.