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A difícil situação econômica que o país está passando está tornando a operação do sistema interligado nacional mais tranquila. Em conversa com jornalistas nessa segunda-feira, 12 de dezembro, o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico, Luiz Eduardo Barata, declarou que a interrupção do aumento da demanda está possibilitando esse quadro. “Isso está aumentando a folga no sistema. O abastecimento estará mais confortável nos próximos anos”, avaliou. Ainda segundo Barata, a carga deve se manter no mesmo patamar de 2015, ou seja, sem crescimento.
O ONS já havia divulgado na última semana nota técnica em conjunto com a Empresa de Pesquisa Energética que previa um crescimento médio de 3,3 % na carga até o ano de 2021, partindo de uma alta do Produto Interno Bruto de 2% ao ano. Para 2017, essa projeção indica que a carga deve subir 2,2% na comparação ao ano anterior. Em 2018, o aumento deve chegar a 3%, indo para 3,2% em 2019. Em 2020, ele vai ser de em 3,6%. Já em 2021, o aumento na carga fica em 4,4%.
Ainda de acordo com Barata, a situação da região Nordeste, embora continue com uma hidrologia preocupante, também está sob controle, uma vez que eólicas, térmicas, UHES e a importação de energia vão conseguir suprir a região. O diretor do ONS contou que a bacia do rio São Francisco, onde estão os potenciais hidrelétricos, teve a sua pior série histórica de março a agosto. “No Nordeste, há momentos que mais de 50% é abastecido por eólica”, avisa. A média na região é de um terço.
Essa tranquilidade no sistema, somada à nota divulgada pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico – que verificou que 2016 teve uma entrada recorde na geração, também faz desenhar, segundo o diretor do ONS, um retrato em que a adoção de uma bandeira tarifária que não seja a verde é muito difícil. “É improvável que se mude a bandeira. Nossas simulações não sinalizam mudança de bandeira até abril”, aponta.
Os reservatórios do submercado Nordeste/Centro-Oeste devem terminar dezembro operando com volume de 36%. Os níveis da região Sul devem alcançar 69% da sua capacidade. Já nas regiões Norte e Nordeste, em pior situação, terminam o ano com volume de 13% e 17%, respectivamente. No ano passado, Sudeste/Centro-Oeste terminou o ano com 30%; Sul, com 98%; o Nordeste, com 5% e o Norte, com 15%.
Esse ambiente de calmaria na operação também vai permitir, segundo o diretor-geral do ONS, que seja dada uma solução negociada para as linhas de transmissão em construção que estão em poder da Abengoa. A Agência Nacional de Energia Elétrica quer relicitar esses lotes. Na última semana, a justiça determinou a suspensão do processo de caducidade das linhas, pedindo atualização das receitas e uma audiência com todos os agentes envolvidos.