O planejamento da expansão poderá implementar mudanças com potencial de colocar em prática novas sistemáticas de leilões de energia nova. A primeira prevê a realização de leilões híbridos e outra é a possibilidade de certames por fontes e por local. Essas ideias fazem parte de uma alteração na forma de planejamento de longo prazo no país que envolve ainda a estratégia de expansão e a metodologia de como o país poderá alcançar as suas metas de redução das emissões que foram compromissadas na COP 21 de Paris e ratificadas na COP 22 de Marrakech.
De acordo com o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Eduardo Azevedo, a constante redução dos preços da energia solar e o aumento da eficiência dos equipamentos da fonte poderão “muito brevemente competir por preço, mas não no mesmo leilão, pois como o objetivo é de preservação da indústria e a vocação de cada um é diferente, quando esse número chegar próximo pretendemos que a licitação possa ser híbrida para as duas fontes pois, com curvas de geração diferentes entre uma e outra fonte conseguimos otimizar o uso do sistema de transmissão, que constitui-se atualmente de um gargalo e nesse sistema ainda podemos considerar armazenamento também”, revelou ele.
Em paralelo, Azevedo comentou ainda que o MME deverá colocar já em 2017 duas audiências públicas com a alteração de sistemáticas de leilões e que envolvem forma de conexão, cadastramento, aporte de garantias, entre outros fatores. Ele lembrou que a portaria n° 659 que trouxe a regra de alteração de ponto de conexão do LER como uma forma de evitar o que classificou como ‘comportamento oportunista de algum agente’.
Essa combinação de fontes para um mesmo projeto não se restringirá apenas à eólica e à solar, disse ele. Deverá incluir outras fontes como a biomassa também, até porque a questão exige que se busque utilizar as fontes que são mais adequadas para cada região. Inicialmente o representante do MME disse que essa forma de leilão terá como meta beneficiar o sistema como um todo. Inclusive, o modelo deverá ser adotado até mesmo para os sistemas isolados com foco em fontes renováveis.