A agência de classificação de risco Fitch Rating classificou como "estável" a perspectiva para o setor elétrico brasileiro em 2017, ainda que 31% da carteira da Fitch esteja em “perspectiva negativa”, ante 16% em 2015, segundo relatório divulgado na última segunda-feira, 12 de dezembro. “O desempenho do consumo de energia no Brasil deve continuar limitado pelo desafiador ambiente macroeconômico”, comenta Adriane Silva, analista sênior da Fitch. “O consumo do segmento industrial continua sendo o mais impactado, com queda de 3,5% nos primeiros dez meses deste ano”.
 
Para a agência, os investimentos previstos para expandir atividades ou melhorar o serviço do setor continuarão impactando os fluxos de caixa livre das empresas. A necessidade de acessar novas fontes de recursos, a menor participação e o aumento das taxas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e custos ainda bastante elevados de outras fontes de financiamento seguem como forte desafio para as companhias do setor.
 
Ao mesmo tempo, a Fitch acredita em um ano intenso em termos de venda de ativos de energia, especialmente por aqueles grupos que necessitam melhorar sua liquidez. Além disso, esperam-se privatizações das distribuidoras do sistema Eletrobras e leilões de geração e transmissão, seguindo o sucesso obtido no último leilão de transmissão.