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O Ministério de Minas e Energia informou nesta quarta-feira, 14 de dezembro, o cancelamento do segundo leilão de energia de reserva por falta de demanda, assim como ocorreu com o leilão A-3. Embora a contratação da energia de reserva não esteja unicamente relacionada com o consumo do país, o ministério explicou que estudos apontam para uma sobra de 9.000 MW médios em 2020, o que inviabiliza a contratação de nova capacidade de geração para entrega em julho de 2019.
Cálculos realizado pela consultoria PSR indicam que haverá uma folga estrutural de 11.500 MW médios em 2020, já considerando a energia de reserva disponível. A PSR calcula que a demanda em 2020 será de 74.000 MW médios para uma oferta 85.500 MW médios, o que representa uma sobra de 16%. Descontada as distorções do suprimento e considerando a revisão das garantias físicas das hidrelétricas anunciada recentemente pela Empresa de Pesquisa Energética, mesmo assim haveria uma folga de 7.600 MW médios.
Para o presidente da PSR, Mário Veiga, o governo acertou ao cancelar o leilão que estava marcado para acontecer na próxima segunda-feira, 19 de dezembro. “Acho que o governo tomou a decisão certa. Claro que existe o desejo de que a economia cresça, mas isso tem que ser feito através de investimentos racionais em termos de benefícios para o país “, declarou.
O governo vive um dilema, pois ao mesmo tempo que precisa manter a indústria funcionando não pode onerar ainda mais o consumidor de energia. “Claro que a gente entende que os empreendedores estão preocupados com os investimentos feitos em fábricas, mas por outro lado forçar a entrada de uma geração que efetivamente não é necessária tem um lado ruim para a economia, que é o de fazer os consumidores pagarem por uma energia que efetivamente não está trazendo benefícios para eles”, avaliou.
Veiga explicou que essa sobra de energia é reflexo do encolhimento da demanda afetada pela recessão econômica do país. Como a energia é contratada com até cinco anos de antecedência, existe um grande bloco de energia que para entrar nos próximos anos. Em 2017 haverá uma sobra de 13.600 MW médios, o que permitiria a demanda crescer quatro anos seguidos sem que seja preciso colocar nenhuma nova capacidade de geração, disse o especialista.