Após alcançar a meta não oficial de 100 milhões de MWh a usina de Itaipu está no limite de sua capacidade de produção de energia. Mesmo com investimentos adicionais em obtenção em eficiência dos equipamentos e manutenção preventiva, a central localizada no rio Paraná e que possui 14 GW em capacidade está próximo ao limite de produção. Os ganhos devem ser marginais dependendo das condições de afluências que os próximos anos apresentarem.

De acordo com o diretor de operação brasileiro da Itaipu Binacional, Airton Dipp, o nível de disponibilidade da usina está quase ao máximo para a capacidade instalada. Ele descreve que essa perspectiva de produção de 102 milhões de MWh é um volume que foi obtido a partir de uma cota média no ano de 219 metros ante o máximo de 220,40 metros. Outro fator é a manutenção, com 97% de uso em tempo e ainda, as interrupções da geração por outros eventos, como problemas não previstos tanto em equipamentos quanto em transmissão de energia foram responsáveis por 0,07% do tempo da usina em termos de parada.

“Então, estamos no limite de produtividade. Esse resultado que tivemos é um somatório de excelência de manutenção e operação, mas além disso precisamos de regime hidrológico e consumo. Essa meta de 100 milhões poderá ser batida sim, mas por pouco, pois não há muito espaço para aumentar a produção”, destacou Dipp após a comemoração do recorde histórico de produção da usina.

Em termos operacionais, nesta sexta-feira, 16 de dezembro, Dipp destacou que às 11h a usina estava com 19 das 20 UGs em operação. A única que estava parada era a unidade 9A por conta da manutenção preventiva de 12 dias que estava prevista para terminar nesta tarde. Pois, com 19 turbinas em operação Itaipu estava injetando no sistema cerca de 13.400 MW, sendo que para o Paraguai eram destinados 1.500 MW enquanto que o restante estava destinado ao Brasil.

Mesmo com essa operação, o reservatório da usina estava em elevação, pois segundo seu relato, a vazão da usina estava menor do que a afluência que estava chegando à central. “Hoje estamos com 219,40 metros. Nos últimos dias estamos consumindo menos do que a descarga nossa. Esse ano foi muito favorável, mesmo com esses objetivos, estamos enchendo o reservatório”, ressaltou.

Na avaliação de Dipp, se Itaipu conseguir produzir esse volume de 100 milhões de MWh a cada cinco anos, considerará um resultado ótimo, pois são necessárias as condições favoráveis à obtenção desse resultado. Pelo lado do Paraguai, a demanda deverá crescer de forma orgânica, a estimativa é de elevação em cerca de 3% para 2017 e deverá responder ainda por um nível semelhante à que apresenta esse ano, 5% da produção da usina.

*O repórter viajou a convite de Itaipu Binacional