A decisão do Ministério de Minas e Energia de cancelar o leilão de energia de reserva marcado para a próxima segunda-feira, 19 de dezembro, foi elogiada pelos distribuidores de energia, que estimam uma sobra para 2021 de 9 mil MW médios, em plena vigência dos contratos que seriam negociados no certame. O segundo LER do ano era destinado à contratação de energia de empreendimentos eólicos e solar fotovoltaicos com inicio de entrega em 2019.
“Consideramos muito oportuna e muito sensata a decisão de cancelar o leilão. Foi uma medida importante”, afirmou o presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica, Nélson Leite. O executivo disse que não tem sentido fazer esse tipo de contratação quando há sobra estrutural de energia no sistema “A única justificativa para manter o leilão, seria proteger a indústria, os fornecedores de equipamentos eólicos e fotovoltaicos”, afirmou Leite.
O anúncio de cancelamento do certame foi feito pelo secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa, na última quarta-feira, 13, em entrevista após reunião do Conselho Nacional de Politica Energética. Pedrosa explicou na ocasião que não havia justificativa para a manutenção do certame, porque as projeções de demanda foram revistas em razão da crise econômica e do cenário é de sobrecontratação.
Para Leite, não faz sentido contratar um seguro, representado pela energia de reserva, quando há excedentes de energia. “Seria jogar mais ônus para o consumidor brasileiro”, argumentou. O custo da energia de reserva é pago pelo consumidor cativo das distribuidoras, por meio do Encargo de Serviços do Sistema.