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Segundo a BNEF, a pontuação do Brasil foi maior em relação ao ano passado, mas não subiu no mesmo ritmo de outras nações da região. Nesta edição, o Chile ocupou a primeira posição na América Latina, principalmente devido ao investimento recorde, que saltou de US$ 1,3 bilhão em 2014 para US$ 3,2 bilhões em 2015. Ainda assim, o Brasil continua sendo o segundo maior destino de investimentos em energia renovável entre os países do Climatescope. De 2006 a 2015, a nação recebeu US$ 121 bilhões (R$ 251,3 bilhões) para projetos de energia limpa. Somente em 2015, o país recebeu US$ 11 bilhões (R$ 35,9 bilhões) em investimentos em energia limpa e instalou 3GW de novas usinas de energia renovável.
Na avaliação de Lilian Alves, Chefe de Pesquisa da BNEF para a América Latina, a crise econômica do Brasil impactou esse resultado. “A gente viu que é muito reflexo desse esfriamento do setor, um pouco ligado à crise que a gente está vivendo e também com a dificuldade de financiamento de novos projetos”, disse a especialista. “Quando a gente viu o resultando tentamos entender o que aconteceu. O nível de investimento no Brasil aumentou, no entanto, o crescimento não foi tão alto quanto do Chile.”
O Climatescope oferece um retrato abrangente da atividade de energia renovável em 58 mercados emergentes na África, Ásia e América Latina e Caribe. O grupo inclui os principais países em desenvolvimento: China, Índia, Egito, Paquistão, Brasil, Chile, México, Quênia, Tanzânia e África do Sul, além de dezenas de outros países. Visitantes do www.global-climatescope.org podem usar o site para saber mais sobre políticas e atividades de cada país com foco em energia limpa, fazer download de bancos de dados e comparar os países baseado em seu desempenho.
No entanto, esses países não estão esperando para começar a aumentar a participação da energia renovável em suas matrizes. As nações do Climatescope adicionaram ao todo 69,8 GW de energia eólica, solar, geotérmica e outras fontes de geração renovável em 2015 – o mesmo que a capacidade total instalada hoje na Austrália. Entre eles, a China representou a maior parte da atividade, mas os países menores também desempenharam papéis importantes. Em comparação, os países mais ricos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) construíram 59,2 GW no ano passado.
Alguns países do Climatescope com as maiores taxas de penetração de energia renovável estão começando a enfrentar desafios de integração. Alguns concluíram projetos antes que redes de transmissão adequadas pudessem ser construídas. Outros não priorizaram energia limpa de projetos eólicos ou solares em suas redes em detrimento a usinas a carvão.
As economias desenvolvidas estão acelerando o financiamento da energia limpa em mercados emergentes. Investidores privados, instituições de financiamento do desenvolvimento e credores dos países da OCDE representaram quase metade de todo o capital dos países do Climatescope (excluindo a China, onde praticamente todo o capital foi disponibilizado localmente).
A América Latina continua na liderança em termos de desenvolvimento de energia renovável entre as nações analisadas no Climatescope. Mandatos ambiciosos de energia limpa e leilões agressivos estão estimulando a implantação de projetos renováveis na região e pressionando a redução dos preços de energia solar e eólica. A América Latina garantiu US$ 21,9 bilhões em energia limpa em 2015, o que representa uma queda de US$ 1,5 bilhão em relação a 2014.
Solar – A queda acentuada dos custos dos equipamentos solares está catalisando as construções e estimulando o crescimento dessa fonte. O investimento em energia solar em países do Climatescope aumentou em 43%, chegando a US$ 71,8 bilhões em 2015. Os leilões realizados para contratação de energia destacaram que, em questão de custo, a energia fotovoltaica agora pode competir e derrotar projetos de combustíveis fósseis em alguns países.
GD – Energia solar barata, modelos de negócios inovadores e uma nova geração de empresários estão revolucionando a forma como as questões de acesso à energia são abordadas em nações menos desenvolvidas. Novos participantes focados em soluções “off-grid” ou “mini-grid” estão desafiando a suposição de que apenas uma rede elétrica interconectada pode atender às necessidades dos 1,2 bilhão de habitantes mundiais sem acesso adequado à energia. Uma grande quantidade dessas start-ups é financiada por fundos privados, e ao todo conseguiram angariar mais de US$ 450 milhões ao longo de 2015.