A Agência Nacional de Energia Elétrica negou nesta quinta-feira, 29 de dezembro, à Isolux a concessão de efeito suspensivo para a decisão tomada na reunião do último dia 13 de retomar os lotes D e H, arrematados pela transmissora espanhola no leilão de LTs realizado em 2015. O diretor geral da Aneel, Romeu Rufino, não viu fatos ou motivos para justificar o efeito suspensivo. Devido a dificuldades financeiras que o grupo enfrenta, a Isolux sequer conseguiu aportar as garantias financeiras dos projetos, linhas de transmissão nos estados do Pará e Roraima que deveriam entrar em operação em 2019. As garantias que deveriam ser aportadas somam R$ 121,6 milhões.
Com os projetos já atrasados, a transmissora estava em negociações, com a participação da própria Aneel, para encontrar uma solução de mercado para o caso, o que não aconteceu até a data da reunião. Havia a expectativa de êxito em negociação com o também espanhol grupo Ferrovial, que se desenhava para o fim do ano, o que não sensibilizou a agência à época da primeira decisão. O grupo Ferrovial entrou recentemente na área de transmissão na América do Sul, comprando a Transchile Charrúa Transmisión, S.A., de propriedade da Cemig e Alupar, no Chile. Segundo a Aneel, não houve proposta concreta de transferência para a Ferrovial, o que inviabilizava o efeito suspensivo.
A Isolux também alegava, para não perder as LTs, que um novo leilão iria demorar ainda mais a construção dos projetos, e que eles já vinham de leilões em que não atraíram interessados. Procurada pela Agência CanalEnergia, a Isolux disse que não se manifestaria até que tudo estivesse definitivamente concluído.