Uma pesquisa realizada pela Accenture Research aponta que a China e os Estados Unidos são os países que possuem maior potencial de crescimento na comercialização de veículos elétricos. A combinação de fatores tecnológicos, econômicos e políticos – entre eles entradas mais planejadas de veículos elétricos no mercado de massa, ao longo dos próximos quatro anos – poderia trazer às montadoras oportunidades de investimento em nove mercados adicionais. Por sua vez, o Brasil está classificado como um mercado ‘hesitante’ ao lado de Índia e Rússia pelas pequenas dimensões de demanda e baixa taxa de crescimento.
A consultoria analisou 14 mercados domésticos: Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Japão, Holanda, Noruega, Rússia, Coreia do Sul, Suécia, Reino Unido e Estados Unidos.Todos foram analisados considerando fatores locais, como regulamentações governamentais e subsídios, bem como aspectos não específicos, como a variação de veículos e o tempo de carregamento.
Entre todos são justamente as duas maiores economias do mundo que foram classificadas como as melhores, pois apresentam um extenso mercado e potencial para crescimento. Outros fatores dentro deste cenário são o volume futuro de compradores – que serão capazes de pagar pelos carros elétricos – e o desenvolvimento de uma infraestrutura extensa de carregamento.
De acordo com Christina Raab, diretora executiva da Accenture para a prática automotiva, a política governamental pode mudar rapidamente as regras do jogo, mais do que qualquer outro fator. E citou a China como exemplo. Por lá o governo local estabeleceu metas para carros elétricos e híbridos plug-in para que eles componham até 7% do total de vendas de automóveis em 2020 e, 40%, em 2030, atingindo uma estimativa de 15,2 milhões de unidades.
Canadá, França, Alemanha, Japão, Holanda, Noruega, Coreia do Sul, Suécia e Reino Unido foram classificados como países com potencial elevado por suas altas perspectivas de crescimento até 2020, mas com um mercado limitado no setor atualmente. Eles foram tipificados com base nos planos dos respectivos governos para investimentos significativos com o objetivo de tornar este tipo de veículo mais atraente.
Já os mercados classificados como hesitantes, explicou a Accenture Research, caracterizam-se pela ausência de infraestruturas públicas de carregamento e pelos baixos preços dos combustíveis, independentemente dos atuais preços do petróleo. Na avaliação da empresa, esta combinação torna os veículos elétricos economicamente pouco atraentes. Para esses mercados, continuou, os OEMs ainda não devem fazer investimentos significativos, mas devem regularmente reavaliar as oportunidades. Isto porque esses mercados vão exigir um alto investimento para uma gama de novas capacidades, como treinamento de equipe de vendas e pós-venda, assim que detectarem aumento na demanda.