Dando ênfase no mérito do projeto, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social divulgou nesta quarta-feira, 5 de janeiro, as suas novas políticas operacionais e as condições de financiamento. As novas diretrizes colocam a área de infraestrutura como prioritária e aspectos como meio ambiente e inovação serão qualificadores dos projetos, que receberão melhores condições de financiamento. Dentro dessa nova política divulgada, veículos elétricos ou movidos a combustíveis limpos poderão se beneficiar. Esses projetos poderão receber até 80% de financiamento em TJLP. Em outubro do ano passado, o BNDES já havia anunciado as políticas de financiamento para o setor elétrico, devido à realização dos leilões de transmissão e de energia. Não houve mudanças.
A expectativa do banco é que as mudanças tragam aumento de produtividade e competitividade das empresas, gerando empregos. Anualmente as políticas sofrerão um processo de revisão. De acordo com a presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, o foco será nos atributos dos projetos. "Queremos um banco com financiamentos que possam fazer diferença na vida do brasileiro", afirma.
A decisão de abraçar os projetos ambientalmente limpos já havia sido sinalizada pelo BNDES desde o ano passado, quando ele anunciou que não financiaria mais termelétricas a carvão. Enquanto ônibus elétricos poderão ter até 80% de financiamento, os veículos a diesel receberão somente até 50%. Os ônibus elétricos estão enquadrados no Finame, que teve seu prazo dobrado de cinco para dez anos. A condição de até 80% também foi destinada para bens com maior eficiência energética. No caso do diesel, segundo o diretor da área de administração, comércio exterior e operações indiretas, Ricardo Ramos, o banco vai reduzir de forma gradual a sua participação no financiamento de veículos movidos a diesel para grandes empresas, devendo chegar em 2019 financiando até 30% em TJLP. Na área de infraestrutura, o transporte de gás também teve o limite do seu financiamento ampliado de 70% para 80%.
Outra medida que está presente na política operacional é a participação em processos de desestatização. No momento, as seis distribuidoras administradas pela Eletrobras encabeçam a lista. Na última quarta-feira, 4 de janeiro, foi anunciado que a PwC e a Ceres se saíram vitoriosas na consultoria prestada. Segundo a presidente do banco, Maria Silvia Marques, o BNDES vai fazer a análise dos projetos e os levar até o certame. "O banco tem grande expertise em ser agente desses processos de concessões e desestatização", avisa.