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A China vem se firmando como liderança global em investimentos em energia renovável no mundo. De acordo com relatório Expansão Global de Energias Renováveis da China, do Instituto de Economia e Análise Financeira da Energia, foram US$ 32 bilhões em investimentos no exterior somente em 2016, crescendo 60% na comparação com o ano anterior. Em 2015, as empresas chinesas realizaram oito operações similares superiores a US$ 1 bilhão cada, totalizando US$ 20 bilhões O relatório tomou como base negócios acima de US$ 1 bilhão. Das onze operações enquadradas nessa categoria no ano passado, duas foram realizadas no Brasil: a compra da CPFL Energia pela State Grid, em junho; e a dos ativos da Duke Energy no país pela China Three Gorges em outubro.

De acordo com o relatório, a China vai instalar 36% de toda a capacidade global de geração no período 2015-2021. No mesmo período, ela vai instalar 40% da energia eólica mundial e 36% da energia solar. A queda dos custos dessas fontes vem sendo reduzida ano a ano, o que vem impulsionando os investimentos de vários países na Europa, Ásia e América Latina. Esse cenário de investimentos reforça a imagem da China como grande investidor, uma vez que ela é responsável por mais de um terço de todo o investimento nos três setores.

Na fonte solar, cinco dos seis maiores fabricantes de módulos solares estão na China. Segundo o relatório, enquanto a americana First Solar diz que vai reduzir em 25% a sua equipe global, a China National Building Materials está construindo uma instalação de módulos solares de filme fino de US$ 1,6 bilhão, buscando tomar a liderança. A saída da Dow Chemical da fonte solar também fortalece o movimento. Na fonte eólica, a Goldwind já ultrapassou a Vestas em 2015, tornando-se a maior fabricante de turbinas eólicas em nível mundial.

Ainda de acordo com o World Energy Outlook 2016 da Agência Internacional de Energia, a China detém 3,5 milhões, dos 8,1 milhões de empregos em energia renovável no mundo. Nos Estados Unidos, são 769 mil empregos relacionados com energias renováveis. A compra da CPFL Energia foi considerada um dos maiores negócios no setor de distribuição e renováveis. A chinesa estabeleceu uma meta em 2012 de US$ 50 bilhões de investimentos estrangeiros até 2020. Desde 2015, a SGCC já havia investido US$ 30 bilhões desse total no próprio Brasil e em países com o Paquistão. Já a CTG investiu outros US$ 1,2 bilhão no Brasil ao longo de 2016.

Brasil, México, Argentina e Chile são considerados os países mais atraentes para investimentos em renováveis na América Latina e a empresas chinesas já estão marcando presença neste território. No ano passado, a Envision Energy, uma das 10 maiores fornecedoras globais de turbinas eólicas, com sede em Xangai, adquiriu uma participação majoritária em um portfólio de projetos de energia eólica desenvolvidos pela Vive Energia no México totalizando mais de 600 MW. A expansão da fonte eólica e o desenvolvimento da solar atraíram empresas como a Yngli, Huawei, BYD e Goldwind.

A vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos pode fazer com que a China tome mais ainda a dianteira nos investimentos em renováveis no mundo. Trump demonstra simpatia pelo carvão e tem se mostrado pouco afeito a temas ligados a fontes alternativas, como redução de emissões. O relatório completo elaborado pelo IEEFA está disponível neste link.