O sistema de transmissão, que deveria estar energizado desde janeiro de 2015, é essencial para conectar o estado de Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN). A linha tem aproximadamente 1.430 km e um trecho passa pela Terra Indígena Waimiri Atroari, situada entre os estados do Amazonas e Roraima.
A Transnorte Energia (TNE), formada pela Alupar (51%) e pela Eletronorte (49%), é a responsável pela construção das linhas de transmissão Lechuga – Equador 500 kV e Equador – Boa Vista 500 kV e pelas subestações Equador 500 kV e Boa Vista 500/230 kV, trecho que cruza dez municípios entre Manaus e Boa Vista. Porém, passados quase cinco anos, ainda não conseguiu a licença de instalação para iniciar a obra.
Em setembro 2015, a TNE oficializou junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) pedido de desistência amigável do projeto, uma vez que o Ibama não pode conceder a licença por conta da falta de manifestação conclusiva quanto à viabilidade ambiental do projeto por parte da Fundação Nacional do Índio (Funai). Contudo, o projeto ainda está sob responsabilidade do grupo que venceu o lote no leilão de transmissão ocorrido em 2011. Em novembro de 2015, a Agência CanalEnergia entrevistou o então o diretor de licenciamento ambiental do órgão ambiental Thomaz Miazaki de Toledo, que disse ser totalmente a favorável à emissão da licença para o sistema de transmissão por entender que o traçado estudado não causava grandes impactos à tribo indígena.
Em dezembro de 2016, durante a última reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), a Secretaria de Energia Elétrica do MME mostrou preocupação com as condições de atendimento a Roraima, "sobretudo devido à grande dependência da interligação Brasil-Venezuela, que não tem apresentado desempenho satisfatório, e a dependência de geração térmica para atendimento local", diz a ata da reunião.
O relatório de acompanhamento da transmissão do MME informa que: "Em reunião no MME, com a presença da Funai, foi informado que não há previsão para retomada das negociações com os índios. Considerando que são 24 meses de obra após a emissão da LI [licença de instalação] e que não há previsão para emissão da LI, o DMSE [Departamento de Monitoramento do Sistema Elétrico] considera obra como sem previsão."