A Blue Sol marcou uma nova fase em sua forma de atuar. Agora a empresa passou a ser oficialmente uma franqueadora para interessados em desenvolver sistemas de micro e minigeração distribuída em todo o país. Após um período de preparação por meio de uma consultoria especializada nesse segmento a companhia fundada por Nelson Colaferro passou a oferecer ao mercado uma nova estrutura de negócios onde o investimento é de algo entre R$ 280 mil a R$ 360 mil e o retorno do investimento entre 18 a 24 meses.
“Nossas vendas vêm 70% por meio de parceiros que são treinados pela Blue Sol”, comentou o executivo. “Mas uma coisa que percebemos é que havia dificuldades de padronizar o trabalho desses nossos parceiros em termos de ferramental e de identidade visual propriamente dita, essa necessidade foi identificada cerca de quatro anos atrás, e assim oferecer qualidade em serviços, equipamentos e profissionais para sermos referência no mercado”, acrescentou.
Para isso foi contratada uma consultoria especializada em franquias para transformar a Blue Sol em uma franqueadora. E desde outubro foi lançada a empresa nesse formato com toda a regulamentação que cerca o mercado de franquias. A Blue Sol, explicou ele, ficará com toda a responsabilidade de aquisição de equipamentos, logística, mecanismo financeiros e engenharia do sistema enquanto o franqueado com a parte de prospecção de clientes e a prestação de serviços com a visita técnica e processos de instalação.
Esse momento foi propício para a alteração porque o setor passa por m momento de grande expansão, contou Colaferro. Ele se baseia nas perspectivas de crescimento e na juventude desse mercado no pais. Com o aprimoramento da resolução Aneel no. 482 que se transformou na no. 687 o mercado de mini e micro GD vem crescendo, fechou o ano passado com cerca de 5,5 mil sistemas instalados. Apesar disso ainda é muito pequeno se for comparar com o tamanho do país com 78 milhões de consumidores. “Ainda é um volume pequeno, comparativamente, mas o consumidor está cada vez mais interessado em sistemas de geração própria”, disse ele.
Para tornar esse produto interessante, comentou, é necessário escala para obter preços mais atrativos e poder de negociação. Por isso, a opção de estabelecer-se como uma franqueadora no modelo que adotou. Um problema no país ainda é a questão de financiamento, mas ele acredita que deverá ser resolvido em breve com novas linhas. Outro ponto de atenção é o risco cambial, mas que em sua avaliação será compensado com a constante queda de preços dos equipamentos ao longo do tempo.
O volume de investimento não é considerado elevado pelo executivo. Ele detalhou que desse valor de até R$ 360 mil de investimento está considerado R$ 140 mil para a aquisição de veículo padronizado, R$ 80 mil para o estabelecimento de um endereço e toda a estrutura necessária, bem como o pagamento da taxa de franquia que dependendo do tamanho da cidade do franqueado vai de R$ 75 mil a R$ 100 mil e um sistema para ser utilizado como show room. No momento a empresa selecionará interessados em cidades a partir de 200 mil habitantes. “Menos do que isso nossa pesquisa mostra que pode não ser um negócio rentável para o franqueado”, avisou. “Contudo, nada impede que essa empresa possa visitar e prospectar em cidades menores”, disse.
Colaferro nega que possa haver conflito entre os atuais parceiros e os franqueados. Isso porque a franquia será uma extensão da Blue Sol naquela cidade, ou seja, se o parceiro que preferiu não aderir ao novo sistema tiver um negócio ele poderá acessar a companhia na própria cidade ao invés de ter que buscar na sede na empresa, localizada em Ribeirão Preto (SP). O parceiro, contudo, deverá ter preferência em se tornar franqueado. Além do investimento inicial há uma cobrança de 10% sobre a receita mensal do franqueado que é a fonte de receita de Blue Sol além da venda dos equipamentos aos clientes finais. A meta para 2017 é de fechar com 20 unidades e ampliar esse número para 100 empresas espalhadas por todo o Brasil em quatro anos.