A terceira edição do Rethinking Energy da Agência internacional de Energia Renovável (Irena, n sigla em inglês), foi lançado no último domingo, 15 de janeiro, durante a sétima assembleia geral da entidade, realizada em Abu Dhabi. Na publicação o destaque ficou para a queda de custos das fontes, movimento impulsionado pela inovação tecnológica e políticas que vêm estimulando a implantação de energias renováveis, associadas a uma miríade de benefícios sócio econômicos.
A publicação destaca como os investimentos globais em renováveis vêm crescendo constantemente por mais de uma década, passando de menos de US$ 50 bilhões em 2004 para um recorde de US$ 305 bilhões em 2015. E, apesar deste enorme crescimento, aponta a entidade os atuais níveis de aportes e implantação de projetos estão a avançar ainda mais para cumprir as metas internacionais de redução de carbono.
Segundo avaliação do diretor geral da Irena, Adnam Amim, as renováveis estão ganhando terreno em qualquer tipo de comparação e que acelerar o ritmo dessa transição energética, bem como expandir seu alcance para além do setor de energia não só reduzirá as emissões de carbono, bem como melhorará a vida das pessoas, criará empregos, atingirá as metas de desenvolvimento e assegurará um futuro mais limpo.
Mas alertou ainda que à medida que avança em direção a um novo paradigma de energia, o mundo precisa continuar a acelerar os esforços de descarbonização. E nesse sentido, políticas públicas continuam a ser cruciais para este fim. E apontou que os segmentos de aquecimento, refrigeração e o potencial das renováveis para o transporte são áreas onde os esforços futuros são necessários.
O relatório lançado pela entidade traz a perspectiva de que a fonte solar fotovoltaica crescerá rapidamente em capacidade instalada e geração e que as novas formas de armazenamento representarão uma aliada importante para o crescimento das fontes intermitentes. “A Irena estima que o armazenamento poderá crescer do atual status de menos de 1 GW para 250 GW até 2030”, indicou.
Além disso, as renováveis que não estão conectadas à rede proveem energia para cerca de 90 milhões de pessoas. O relatório da entidade aponta como essa tecnologia pode proporcionar o acesso de energia moderna a centenas de milhões de pessoas e assim levá-las a alcançar os objetivos de desenvolvimento.
Ainda durante a sétima assembleia da Irena, foi anunciado que quatro projetos em países em desenvolvimento foram selecionados para receberem US$ 44,5 milhões em recursos destinados pelo Abu Dhabi Fund for Development e Irena. São eles Ilhas Marshall, Níger, Seychelles e Ilhas Salomão.
Ambos os assuntos foram abordados na assembleia que ocorreu em 14 e 15 de janeiro em Abu Dhabi, que contou com representantes de mais de 150 países e lideres de organizações internacionais. Os destaques desse ano foram duas mesas redondas que abrangeram a inovação no setor de energia e catalisaram a implantação de fontes renováveis off-grid para o desenvolvimento. E ainda, discussões pragmáticas sobre como a captação do setor privado para investimentos em renováveis bem como a descarbonização por meio da inovação. O relatório, em inglês, lançado pela associação está disponível para download e pode ser acessado ao
clicar aqui.