Uma pesquisa da Bloomberg New Energy Finance aponta uma queda de 18% nos investimentos globais em energia limpa no mundo. Segundo dados oficiais foram aportados US$ 287,5 bilhões em fontes eólica, solar e hidrelétricas de até 50 MW de capacidade instalada. Esse montante menor é atribuído à redução de preços da solar fotovoltaica em todo o mundo, bem como a desaceleração de mercados importantes como China e Japão, que apresentaram valores 26% e 43% menor do que no ano de 2015, respectivamente .
Contudo, apesar da queda dos valores absolutos de investimentos, a BNEF aponta que a capacidade instalada no ano cresceu. Em solar passou de 56 GW para 70 GW e na eólica sim houve um recuo de 63 GW para 56,5 GW. No total a soma apresentou aumento de 119 GW em 2015 para 126,5 GW no ano passado.
Na avaliação de Justin Wu, chefe para a região da Ásia na BNEF, os investimentos nos anos que se passaram vieram em decorrência do que classificou como “mais generosas tarifas do mundo” e que agora esses dois países vêm cortando a construção de novos projetos em grande escala no sentido de absorver a capacidade que foi implantada.
A fonte eólica offshore apresentou o maior crescimento no ano passado, muito em função de um projeto no Reino Unido com 1,2 GW de capacidade a um custo de US$ 5,7 bilhões. Além desse outros 14 parques foram viabilizados na Europa e China.
Em termos de países o Brasil aparece como um dos que deixaram os investimentos escorregarem. Segundo os dados da BNEF, os aportes ficaram 5% abaixo, para US$ 6,8 bilhões. Ainda assim, é o maior entre os emergentes. Porém, abaixo da China que reportou US$ 135 bilhões, 47% do total mundial, Estados Unidos com US$ 58,6 bilhões, Índia com US$ 9,6 bilhões, Reino Unido com US$ 25,9 bilhões e Alemanha com US$ 15,9 bilhões.
A maior categoria de investimento em energia limpa em 2016 foi, como de costume, o financiamento de ativos de projetos de energia renovável de larga escala. Isto totalizou US$187.1 bilhões no ano passado, queda de 21% sobre 2015. Entre outras categorias de investimento, projetos de geração distribuída atraíram investimentos 28% menor do que no ano anterior, com US$39,8 bilhões. A maior parte dessa queda refletiu custos descendentes de sistemas solares ao invés de um declínio no interesse dos compradores.
Levando-se em consideração todas as categorias de investimento, o principal setor foi o de energia solar, com US$116 bilhões, 32% menos do que 2015 devido, em grande parte, aos menores custos por MW instalado. A energia eólica somou US$ 110,3 bilhões investidos, queda de 11%, enquanto que as tecnologias inteligentes de energia atraíram US$ 41,6 bilhões, aumento de 29%. Já a biomassa ficou mais ou menos no nível de 2015 em US$ 6,7 bilhões e os biocombustíveis garantiram US$ 2,2 bilhões, queda de 37%. Pequenas hidrelétricas mostraram uma queda de 1% no investimento para US$ 3,4 bilhões, enquanto serviços de baixo carbono atraíram US$ 4,3 bilhões, 5% acima.