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“A grande missão que eu recebi foi implementar o plano que a casa já tinha pensado”, disse Gama, “tenho despesas operacionais superiores as receitas, tenho um volume muito grande de investimentos que necessitam de aporte de recursos para a sua viabilização e não tenho fluxo de caixa para isso.”
De acordo com o executivo, a primeira ação será cortar despesas. “Vamos diminuir funções comissionadas, vamos diminuir níveis hierárquicos, vamos otimizar alguns processos de compras.” Ele contou que a empresa está finalizando o plano de incentivo para que profissionais deixem a Chesf. “Está no nosso radar também diminuir despesas com pessoal.”
“A segunda vertente é retirar a pressão dessa necessidade enorme de investimento. Fizemos um plano que reúne um conjunto de ativos que, embora sejam operacionais e tenham receitas, podem ser desmobilizados. Vamos ao mercado para vender esses ativos.”
A terceira ação será vender projetos que ainda não foram iniciados, diminuindo assim a necessidade de investimentos da companhia. “Um terceiro passo vai ser para empreendimentos que eu ainda nem comecei, mas que vou ter pressão de recursos para construir. Vamos vender esses projetos.”
Gama evitou dar muitos detalhes sobre quais projetos serão vendidos, porém ele garantiu que o plano pode resultar em uma captação que pode variar entre R$ 1,5 bilhão a R$ 3,7 bilhões. “Esse é um conjunto de empreendimentos que vimos que seriam atrativos para o mercado, não significa que vamos vender.”
Obras – Em 2016, ainda sob a gestão de José Carlos de Miranda, a Chesf conseguiu energizar 22 empreendimentos de transmissão, sendo três novas subestações de grande porte, com 600 MVA de potência instalada, quinze subestações reforçadas, 253 quilômetros de linhas, além da recapacitação de 56 km de sistemas. Entretanto, a empresa tem mais de 30 obras que estão paralisadas por falta de recurso financeiro.
Até que a venda de ativos aconteça, Gama pretende bater na porta dos bancos para conseguir crédito e tocar os projetos. Está nos planos a emissão de debêntures e um eventual aporte da Eletrobras. “Na próxima semana já tenho essa primeira arquitetura de quando entrará o primeiro empréstimo. Todos eles estão negociados e feitos”, garantiu o executivo em entrevista à Agência CanalEnergia.
Paralelamente, a empresa procura respaldo legal para desbloquear R$ 500 milhões que estão bloqueados por conta de uma disputa judicial com construtoras envolvendo o contrato de construção da usina de Xingo. “Esse é um dos grandes torniquetes que a Chesf teve ao longo desse tempo. Temos bloqueados R$ 500 milhões. Com esse dinheiro já poderia ter feito 40% das minhas obras, mas foi bloqueado por decisão judicial.”
“Num primeiro momento seria até R$ 2 bilhões, mas conseguimos decisões para parar nesses R$ 500 milhões. Agora estamos procurando ações jurídicas para ver se retorno para o meu caixa esses R$ 500 milhões.”
O engenheiro Sinval Zidan Gama assumiu a presidência da Chesf na última sexta-feira, 13 de janeiro, em substituição a José Carlos de Miranda. O engenheiro elétrico foi presidente da Celg-D, indicado pela Eletrobras, antes da privatização, entre 2015 e 2016 e interventor nomeado pela Aneel para as distribuidoras paulistas e paranaense do antigo Grupo Rede Energia de 2012 a 2014. Entre 1976 e 2013 ocupou diversos cargos na Chesf e na Eletrobras.
O executivo é formado em Engenharia Elétrica e Administração de Empresas pela Universidade Federal de Pernambuco, com especialização em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Minas Gerais; possui especialização em Gestão de Qualidade pela George Washington University; MBA em Mercado Financeiro e de Capitais, pelo IMBEC-RJ; e é doutor em Engenharia Elétrica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.