O consumo de energia elétrica é um ótimo termômetro para medir a profundidade de uma crise econômica. Isso porque quando a economia vai mal, a tendência é que haja uma redução no consumo de eletricidade. Em 2016, esse indicador recuou 0,9% em relação ao resultado de 2015, somando 460 mil GWh. A informação foi divulgada nesta segunda-feira, 30 de janeiro, pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), órgão de planejamento energético do Ministério de Minas e Energia (MME).

À primeira vista, o tombo pode parecer pequeno. Contudo, em 2015 o consumo brasileiro de energia já havia apresentado declínio de -2,1% sobre 2014, totalizando 464,7 mil GWh. Isso significa dizer que o consumo nacional de energia acumula retração de 3% em dois anos.

Segundo a EPE, em 2016, o consumo do país foi 4.401 GWh menor que o registrado em 2015. A queda ocorreu principalmente nos setores produtivos, o segmento industrial recuou -2,9% e o comercial -2,5%, resultado que foi parcialmente compensado pelo crescimento do consumo residencial (+1,4%). 

O consumo industrial no ano passado atingiu 164.034 GWh. O recuo de 4.825 GWh (-2,9%) na demanda industrial foi equivalente à potência de uma usina hidrelétrica de 1.100 MW de capacidade instalada. O consumo comercial somou 88.185 GWh, recuo de 2.231 GWh. O setor residencial alcançou 132.893 GWh, aumento de 1.869 GWh. Há ainda o segmento classificado pela EPE como "outros", que atingiu 74.889 GWh, aumento de 786 GWh (+1,1%).

O consumo médio residencial encerrou o ano em 160 kWh/mês. "A trajetória de recuperação que esse consumo vinha apresentando ao longo do ano cessou no último trimestre, e seu nível acabou ficando abaixo do 161 kWh/mês de 2015", explicou a EPE.
Na análise por subsistemas elétricos, Sudeste/Centro-Oeste consumiu 267.987 GWh (-1,7%), Nordeste 72.926 GWh (variação nula), Norte 33.582 GWh (+2,5%) e Sul 81.990 GWh (-0,3%).

Dezembro – O consumo de energia elétrica das residências exibiu aumento de 2,6% em dezembro, com destaque para as regiões Sudeste (+3,3%) e Sul (+5,4%). A classe fechou o ano com avanço de 1,4%, após cair 1,0% em 2015. A indústria teve alta de 0,9% no consumo de eletricidade, enquanto o setor comercial continuou em queda, de 3,3%, o que ajudou a registrar estabilidade no consumo total (+0,5%) do mês passado.