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A situação do Oceano Atlântico, mais aquecido ao norte do que ao sul do Equador, deve influenciar negativamente as chuvas do norte da região Nordeste nos próximos três meses, informou o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE). A cúpula do setor esteve reunida nesta quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017, com o objetivo de analisar as condições de suprimento eletroenergético em todo o território nacional.

Em nota, o órgão informou que a temperatura superficial do Oceano Pacífico Equatorial, na atualidade, é compatível com uma condição de neutralidade, situação que permanecerá até pelo menos meados de 2017, conforme maioria dos modelos consultados. A expectativa para fevereiro é chegar no final do mês com os seguintes armazenamentos nos reservatórios hidrelétricos: 44,5% no Sudeste/Centro-Oeste, 57,0% no Sul, 20,2% no Nordeste e 28,1% no Norte.

Ao final do mês de janeiro, foi verificada Energia Armazenada (EAR) de 37,4%, 60,5%, 17,4% e 24,4% nos reservatórios equivalentes dos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte. Em termos de Energia Natural Afluente (ENA) bruta, foram verificados os valores de 69% no Sudeste/Centro-Oeste, 158% no Sul, 30% no Nordeste e 42% no Norte.

Foi também apresentado estudo prospectivo do armazenamento equivalente do subsistema Sudeste/Centro-Oeste. Considerando os valores esperados e limites inferiores das ENAs, a energia armazenada neste subsistema varia entre 13,8% e 37,7% ao final do mês de novembro de 2017.

O risco de qualquer déficit de energia em 2017 é igual a 0,3% e 0,0%, para os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste, respectivamente, considerando a configuração do sistema do Programa Mensal de Operação de fevereiro de 2017.

Operação rio São Francisco – Ao longo do mês de janeiro de 2017, foi mantida a operação de defluência da cascata do rio São Francisco nas UHEs Sobradinho e Xingó no patamar de 700 m³/s, ainda em caráter de teste. Conforme informado na última reunião de acompanhamento da operação dos reservatórios do rio São Francisco, realizada em 6 de fevereiro de 2017, o Ibama está avaliando os relatórios que contemplam os impactos dessa redução, para a posterior emissão da autorização definitiva da redução, caso todos os critérios estabelecidos sejam cumpridos.

Em relação à UHE Três Marias, foi mantida a política de minimizar a sua defluência, assegurando o atendimento aos usos múltiplos da água, com o objetivo de maximizar o estoque de água no reservatório da usina .Considerando, até o dia 1º de março, a programação de defluências para a UHE Três Marias, com base nas condições hidrológicas atualizadas pela Cemig, e defluência de 700 m³/s nas UHEs Sobradinho e UHE Itaparica, a expectativa é que o armazenamento destas usinas atinja, respectivamente, 37,0%, 12,4% e 21,9%.

Expansão – Em janeiro, entraram em operação comercial 1.180 MW de capacidade instalada de geração, 297 km de linhas de transmissão e 558 MVA de transformação na Rede Básica, com destaque para a unidade geradora nº 4 da UHE Belo Monte (611 MW) e UG 6 do sítio Pimental (39 MW), e para a LT 500 kV Barreiras II / Rio das Éguas C2, com 244 km de extensão.

Adicionalmente, até o dia 8 de fevereiro, foi verificada expansão de cerca de 108 MW, relativos a unidades geradores de usinas térmicas para atendimento a sistemas isolados do Pará, e de 750 MVA de capacidade de transformação, referente ao autotransformador 500/230 kV da subestação Jauru.