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Uma solução que está em negociação entre quatro partes pode salvar o cronograma de implantação do primeiro bipolo que ligará a UHE Belo Monte (PA, 11.233 MW) à região Sudeste. A Sepco, empresa que é responsável por três dos oito trechos em que foi dividido esse projeto está com dificuldades de tocar a obra. E o que se discute na Belo Monte Transmissão de Energia, SPE entre a State Grid e duas subsidiárias da Eletrobras – Furnas e Eletronorte -, é que duas empresas que já estão na obra, em outras partes e já próximas ao seu término, assumam dois dos três trechos que a chinesa está encarregada de executar.
A Tabocas e a São Simão estão com o cronograma de obras em estágio avançado de conclusão e poderiam ficar, cada uma, com um trecho adicional. Essa é a proposta que está à mesa da BMTE. A lógica por traz dessa ideia é porque os trechos ficariam contíguos ao que as duas executam atualmente, o que facilitaria a locomoção de pessoal e equipamentos, um fator que é crítico em empreendimentos dessa natureza naquela região. A perspectiva é de que se houver uma desmobilização, a retomada possa demorar até 60 dias.
Uma fonte próxima ao assunto disse à Agência CanalEnergia que a solução prevê a Tabocas assumindo o trecho 2 e a São Simão o trecho 5. Assim, contou, a chinesa focaria seus esforços somente no primeiro trecho com sua mão de obra e equipamentos. Com isso, conseguiriam finalizar a obra a tempo. Até porque, lembrou, há o problema do período úmido no Norte do Brasil que é um complicador para o avanço do cronograma.
Outro problema relatado sobre essa negociação é que a São Simão deverá demitir cerca de 300 pessoas na semana que vem, por terem completado a parte da obra que lhes compete. Se essas pessoas forem desligadas efetivamente, há um hiato de cerca de 60 dias para que se retome a mobilização de trabalhadores no canteiro de obras do linhão.
De acordo com o cronograma acertado junto à Aneel, a previsão da entrada em operação comercial do empreendimento de 800 kV em corrente contínua, que terá 2.092 quilômetros de extensão entre as SE Xingu (PA) e Estreito (MG), é 12 de fevereiro de 2018. Apesar do relatório de acompanhamento da agência reguladora apresentar alguns eventos desse cronograma de obras como atrasado, o item operação comercial do empreendimento é classificado como normal, ou seja, está em dia.
Contudo, é justamente a questão de demora na decisão por acertar a transferência de trechos para as duas empresas que poderá mudar o cenário já que para remobilizar pessoal, equipamentos e alcançar o ritmo de obras, esse período pode levar até 90 dias, o que inviabilizaria o atendimento do prazo. Procurada, a BMTE preferiu não comentar o teor da reportagem.