O governo boliviano vai negociar com a Petrobras o aproveitamento do volume de gás não utilizado pela estatal para oferecer a investidores privados no mercado brasileiro. A negociação envolve quase 15 milhões de metros cúbicos, que poderão abastecer empreendimentos como duas usinas termelétricas em Corumbá  (MS) e em Cuiabá (MT).

O assunto será discutido em reunião marcada para o dia 15 de março entre representantes da Petrobras e da estatal boliviana, quando se espera ter uma projeção de quais serão os volumes de gás demandados pelo Brasil. O ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Luis Alberto Sánchez Fernández, destacou que historicamente o Brasil tem consumido entre 20 milhões e 30 milhões de metros cúbicos de gás, mas o consumo atual está na casa dos 15 milhões de metros cúbicos. Fernández foi recebido nesta quarta-feira, 15 de fevereiro, pelo ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho.

As negociações anunciadas pelo representante boliviano foram confirmadas pelo MME. Por intermédio da assessoria, o ministério informou que “de forma alguma irá se opor” e pretende dar o suporte necessário à negociação com os agentes privados. Segundo a assessoria, o acordo envolve de fato o excedente de gás do contrato da Petrobras, mas é basicamente uma negociação entre o governo boliviano e os empresários interessados.

Fernandez lembrou que o contrato da Petrobras com a Bolívia termina em 2020. Ele lembrou que a discussão agora com a estatal e os novos clientes é para definir quais serão os volumes de gás demandados. Perguntado se a estatal pagaria menos com a redução, ele respondeu que essa questão será discutida no acordo com a empresa.