Investir em novas regiões, essa é uma das orientações que a Delta Energia tem seguido para avançar no mercado livre. Nesse sentido, ainda há oportunidades de crescimento em mercados novos, sendo que o mais proeminente é o da região de concessão da Amazonas Energia, recentemente integrado ao Sistema Interligado Nacional. Nessa área há um potencial mapeado de 20% da carga da distribuidora que está elegível à migração para o ambiente livre de contratação por meio de energia convencional.
Essa é uma estimativa feita com base nos dados divulgados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica e pela Agência Nacional de Energia Elétrica. Mas, segundo a especialista em Inteligência de Mercado da Delta, Débora Mota, há outras oportunidades que ainda estão disponíveis no país para o produto convencional. Somente na Região Norte do país esse potencial equivale a 9% da carga naquele submercado, e não estão restritos apenas ao Amazonas.
“No interior de Rondônia, que já está no SIN há mais tempo que o AM, ainda há grandes consumidores para mercado livre no produto convencional”, apontou. A Delta ainda estima que ainda há 4% da carga que pode migrar ao mercado livre.
Esses números justificam o posicionamento da empresa de dar uma atenção especial ao Norte do país. A Delta abriu escritório local e já realizou migrações de consumidores livres convencionais. “Um trabalho que muitas vezes não é rápido porque ainda há desconfiança quando uma empresa chega e oferece um produto que logo de imediato te oferece 30% de economia na conta de luz”, relatou a gerente comercial da Delta, Ursula Vieira. Por outro lado, continuou, empresas de maior porte e que já estão no mercado livre em outras regiões aderem de forma mais ágil, pois já conhecem as vantagens do ACL.
Esse é apenas um extrato das possibilidades de crescimento no mercado livre para esse ano, que devem ser encontradas por todo o país. A meta é dobrar de tamanho e esse objetivo passa necessariamente pelos consumidores livres especiais e seu grande potencial de avanço. Crescimento que deverá ser verificado esse ano também, mas em menor escala do que em 2016. São cerca de 20% da carga com o perfil para a mudança de ambiente já contando a energia incentivada e a convencional.
As executivas concordam que ainda há bastante espaço para crescimento no mercado brasileiro, mesmo com as atuais regras que restringem a migração de consumidores a partir de 500 kW de carga. Mesmo alcançando a meta de dobrar o número de clientes a empresa estima que deverá manter os atuais 15% de participação de mercado, pois o movimento de saída do ACR para o ACL ainda continua no país.
Uma das apostas para a empresa alcançar essa meta em 2017 é um dos produtos que tem ofertado ao mercado que é o desconto garantido. Nessa modalidade de contratos a Delta afirma garantir um desconto para o cliente independente do que vier a ocorrer no mercado, desde grandes variações nos preços da energia ou uma eventual ingerência governamental como já ocorreu no passado.
“Os valores dependem muito da distribuidora onde esse cliente está conectado e valor de TUSD. Fazemos um análise de risco e a Delta garante um percentual fixo de desconto. A Delta é quem fica com o risco”, comentou a gerente da comercializadora. “Essa ferramenta tem ajudado a convencer clientes a migrarem, principalmente aqueles mais desconfiados do mercado, por exemplo, ele tem a garantia de que terá um desconto fixo de 10% quando comparado à tarifa no ACR”, afirmou.
Ainda sobre a questão de análise de risco, a Delta ainda não solicitou seu enquadramento na modalidade de comercializador varejista. Na opinião da especialista Débora Mota, ainda é necessário ‘aparar arestas’ quanto à questão de eventual inadimplência que possa ocorrer com alguma empresa que esteja sob o guarda-chuva de uma comercializadora. “Por enquanto, na nossa avaliação não vale assumir esse risco para nós. Sem trazer mecanismos que atribuam mais conforto para a operação das comercializadoras varejistas esse mercado será de alto risco e não deverá decolar”, avaliou.